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Abertura dos mercados: Bolsas europeias e petróleo em alta. Euro em queda

As bolsas europeias estão a negociar em terreno positivo, aliviando das perdas recentes. Os preços do petróleo nos mercados internacionais estão também a subir. Por outro lado, o euro perde terreno face ao dólar.

Bloomberg
12 de Fevereiro de 2016 às 08:44
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Os mercados em números

PSI-20 soma 0,74% para 4.493,91 pontos

Stoxx 600 subiu 1,33% para 307,63 pontos

Nikkei desvalorizou 4,84% para 14.952,61 pontos

"Yield" a 10 anos de Portugal sobem 21,4 pontos base para 4,320%

Euro desliza 0,46% para 1,1271 dólares

Petróleo sobe 3,09% para 30,99 dólares por barril, em Londres

Bolsas europeias em alta

As principais bolsas europeias estão a negociar em terreno positivo. A liderar as valorizações no Velho Continente está o principal índice francês, o CAC 40, que aprecia 1,69%. O PSI-20 e o principal índice holandês segue a tendência e estão ambos a crescer 0,74%.

O Stoxx 600, índice de referência, soma 1,33%. 

No Japão, o dia foi de perdas acentuadas, com o Nikkei a cair 4,84% no fecho da sessão e o Topix a perder 5,43%. Este comportamento teve lugar, segundo a Bloomberg, numa altura em que o iene – a moeda nipónica – aproximou-se do valor mais elevado em 15 meses. Ainda de acordo com a agência de informação, a moeda está a aproximar-se do seu maior ganho em duas semanas face ao dólar desde 1998. Esta valorização está a levar a uma intensificação dos rumores que sugerem que as autoridades japonesas vão intervir no mercado para enfraquecer a sua moeda. Juichi Wako, estratega do Nomura, disse à Bloomberg que "o mercado entrou numa fase diferente". "Os movimentos dólar-iene estão no centro [do foco dos investidores] e é agora o mercado de divisas que está ao comando. Estamos à mercê das movimentações das moedas", acrescentou.

Juros acima dos 4%

Os juros da dívida pública portuguesa estão a subir em quase todos os prazos no mercado secundário. Os juros exigidos pelos investidores para trocarem dívida a dez anos entre si sobem21,4 pontos base para 4,320%. No caso da Alemanha, e também na maturidade a dez anos, os juros somam 3,4 pontos base para 0,222%. O prémio de risco da dívida nacional está a subir para 402,9 pontos, em máximos de Dezembro de 2013.

A subida das "yields" portuguesas já vinha a registar-se, no entanto, a pressão intensificou-se esta semana, embora não apenas sobre Portugal. O mercado estará a preocupado com a situação de Portugal. Ainda ontem o presidente do Eurogrupo salientou que o Orçamento apresentado por Lisboa não é o único em risco de incumprimento, mas diz que, perante a pressão nos mercados, o Governo deve reforçar o compromisso de que respeitará as regras europeias.

Euro em queda

A moeda da Zona Euro está a perder terreno face ao dólar. O euro desce 0,46% para 1,1271 dólares. Em destaque no mercado cambial está o iene, a moeda japonesa. O iene sobe 0,33% face à moeda norte-americana, por isso, um dólar vale 111,882 ienes. Esta valorização está a levar a uma intensificação dos rumores que sugerem que as autoridades japonesas vão intervir no mercado para enfraquecer a sua moeda.

Petróleo em alta

Os preços do petróleo estão a subir nos mercados internacionais. O West Texas Intermediate soma 3,36% para 27,09 dólares. O Brent do Mar do Norte, que serve de referência para as importações nacionais, avança 3,09% para 30,99 dólares por barril. A cotação da matéria-prima está assim a aliviar das quedas registadas recentemente e que levaram o preço do barril para mínimos de mais de 12 anos. A matéria-prima está a ser impulsionada pela especulação que os produtores de petróleo vão actuar para impulsionar o mercado. De acordo com a cadeia de televisão britânica Sky News, citada pela Bloomberg, o ministro do Petróleo dos Emirados Árabes Unidos afirmou que os produtores estão prontos a trabalhar em conjunto e os fornecedores não vão proceder a cortes a menos que haja uma cooperação completa.


Ouro aproxima-se da melhor semana em quatro anos

Os investidores estão a afastar-se dos mercados bolsistas e procuram activos de refúgio, como é o caso do ouro. "É sexta-feira e o medo está no controlo dos mercados", disse o Australia e New Zealand Banking Group numa nota aos clientes e citada pela Bloomberg. A onça de ouro está a beneficiar "do aumento das compras dos activos de refúgio, tornando-se na matéria-prima como melhor desempenho de 2016", acrescentam. Ainda assim, por esta altura, a onça para entrega imediata cede 0,25% para 1.243,57 dólares. 


Destaques do dia


Cofres menos cheios deixam Portugal mais vulnerável?
Caso tudo corra mal e Portugal deixe de se conseguir financiar no mercado a juros razoáveis, a República Portuguesa tem cobertas 49% das suas necessidades para 2016. No entanto, isso exigiria esvaziar ainda mais a almofada de tesouraria.

Porque é que nem o BCE consegue travar os juros da dívida? A taxa das obrigações a dez anos superou os 4,5%, o valor mais alto desde Março de 2014. O prémio de risco chegou a disparar para níveis que não eram vistos desde Novembro de 2013, com a pressão vendedora a sobrepor-se ao efeito das compras do BCE.

Bruxelas incita Governo a "sossegar investidores". O Governo está preocupado com a agitação nos mercados e esperava esta quinta-feira que uma reacção positiva do Eurogrupo travasse a subida dos juros. Com a pressão externa a penalizar o país, o PSD culpa o Executivo de Costa pela política de "avanços e recuos".

Tensão faz disparar risco dos bancos portugueses. Pressão sobre a banca europeia e risco do país fizeram disparar o custo para proteger posições em dívida de bancos nacionais.

Banca no epicentro do furacão que está a arrasar os mercados. As fortes quedas do sector financeiro estão a pesar no desempenho dos mercados accionistas, levando à fuga dos investidores. Afastam-se de tudo o que é arriscado, incluindo da dívida, à procura dos activos de refúgio tradicionais. O ouro está a brilhar.

 

"Foco na preservação da riqueza" vai aumentar apetite pelo ouro. A preferência dos investidores por activos de maior risco e o recuo no consumo privado de ouro travaram a procura em 2015, revela o relatório do World Gold Council. Uma tendência que está a mudar este ano.


O que vai acontecer hoje

INE. O INE divulga a estimativa rápida, relativa ao quarto trimestre de 2015, das contas nacionais trimestrais.

Resultados. Commerzbank já apresentou resultados e Arcelor Mittal vai apresentar. 

Notação financeira. A Moody’s tem agendada a revisão do "rating" de Itália.

Zona Euro. O Eurostat divulga números do PIB no quarto trimestre de 2015 e da produção industrial em Dezembro.

Dados económicos nos EUA. Será conhecida a evolução do índice de preços na importação e das vendas a retalho, em Janeiro, nos EUA.

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