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UBS: Arábia Saudita é o banqueiro central do mercado petrolífero

O corte adicional da oferta de crude, anunciado ontem por Riade, vai corresponder a uma retirada real de barris do mercado. E isso deverá fazer subir os preços, considera Giovanni Staunovo, analista de matérias-primas do banco suíço.

Reuters
05 de Junho de 2023 às 17:53
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Os preços do "ouro negro" seguem a ganhar terreno nos principais mercados internacionais, impulsionados pelo facto de os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (o chamado grupo OPEP+) terem decidido ontem prolongar o atual corte da oferta até ao final de 2024 e sobretudo pelo facto de a Arábia Saudita ter decidido retirar do mercado mais um milhão de barris por dia durante o mês de julho – podendo esta redução prolongar-se se necessário.

 

A OPEP+, além de decidir manter o corte da oferta que atualmente vigora – estendendo-o também a todo o ano de 2024 –, anunciou também que vai ajustar a sua produção interna, reduzindo-a em 1,4 milhões de barris por dia no próximo ano, baixando assim a sua meta de produção para 40,46 milhões de barris por dia.

 

O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, soma 1,31% para 72,68 dólares por barril.

 

Por seu lado, o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, avança 1,42% para 77,21 dólares/barril.

 

Com a decisão tomada na reunião deste domingo, o volume total de redução da oferta, decidido unanimemente, mantém-se nos 3,66 milhões de barris/dia. No entanto, a Arábia Saudita anunciou que vai cortar, de forma voluntária e unilateral, mais um milhão de barris por dia à sua oferta no mês de julho. Assim, a retirada agregada da OPEP+ fica em julho nos 4,66 milhões de barris diários – o que corresponde a cerca de 4,5% da procura mundial.

 

"O ministro saudita da Energia, o príncipe Abdulaziz bin Salman, reiterou o papel proativo do reino nos mercados petrolíferos, enfatizando a sua vontade de fazer ‘o que for necessário’ para sustentar a estabilidade do mercado e equilibrar o mercado petrolífero", sublinha Giovanni Staunovo, analista de commodities do UBS, num "research" a que o Negócios teve acesso.

 

E prossegue: "Atendendo ao papel da Arábia Saudita de banqueiro central do mercado petrolífero, o seu corte anunciado corresponde a barris reais – e não barris ‘no papel’ – que serão retirados do mercado, elevando para 9 milhões de barris por dia a redução total da oferta de crude de Riade".

 

E tendo em conta que a procura por petróleo na Arábia Saudita costuma ser elevada no verão, "as suas exportações deverão cair consideravelmente em julho, o que deverá sustentar os preços do crude", aponta.

 

"A OPEP+ também decidiu estender por mais 12 meses o atual acordo de corte da produção que expirava no final deste ano. Isto mostra que o grupo continua pronto para estar unido no mercado petrolífero também em 2024", salienta o estratega do banco suíço.

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