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Texas vai superar Iraque e Irão na produção de petróleo

Se o Estado norte-americano do Texas fosse um país, no próximo ano seria o terceiro maior produtor mundial, diz o HSBC.

Reuters
17 de Julho de 2018 às 23:05
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A expansão do petróleo de xisto, extraído das rochas betuminosas, tem estado a sobressair no Estado norte-americano do Texas, que conta com dois vastos campos petrolíferos deste tipo.

 

E se antes a prospecção do petróleo de xisto era muito cara, isso já não acontece hoje em dia, visto que os custos desceram bastante, o que acelerou a produção na bacia do Permiano, que cobre parte do oeste do Texas e do sudeste do Novo México.

 

Com efeito, refere a CNN citando um relatório do HSBC, o Texas está a bombear tanto crude que em 2019 irá superar a produção de dois importantes membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), o Iraque e o Irão, segundo as projecções do banco britânico.

 

"Se fosse um país, o Texas seria o terceiro maior produtor mundial, atrás da Rússia e da Arábia Saudita", de acordo com aquele banco de investimento.

 

Actualmente, recorde-se, os maiores produtores de petróleo do mundo são a Rússia, Arábia Saudita, Iraque e Irão.

 

Além da Bacia do Permiano, o outro campo petrolífero extremamente importante do Texas é o Eagle Ford, que fica no sul daquele Estado.

 

A ascensão do Texas enquanto produtor mostra de que forma a revolução do petróleo de xisto tem vindo a revolucionar o panorama energético mundial, sublinha a CNN.

 

Com efeito, os EUA estão a produzir mais "ouro negro" do que nunca, tornando o país menos dependente das importações do Médio Oriente.

 

A produção agregada dos campos do Permiano e Eagle Ford deverá aumentar para 5,6 milhões de barris por dia em 2019, contra 2,5 milhões diários em 2014, de acordo com o HSBC. Isso significa que o Texas será responsável por mais de metade da produção total dos Estados Unidos.

 

As sete principais formações de rocha betuminosa nos Estados Unidos são as de Bakken, Permiano, Eagle Ford, Haynesville, Marcellus, Niobrara, e Utica. 

 

A melhoria das técnicas de prospecção para extrair petróleo das rochas de xisto betuminoso fez com que as empresas conseguissem negociar melhores condições com os empreiteiros desejosos de manterem os seus equipamentos em funcionamento, levando a que os custos de produção diminuíssem. 

 

A produção de petróleo a partir de xisto betuminoso já não é, pois, uma operação com um processamento tão dispendioso como há meia dúzia de anos. Nessa altura, tal como acontecia com o petróleo do pré-sal brasileiro, que é prospeccionado a grandes profundidades, se as cotações do crude não estivessem num determinado patamar, não compensava estar a apostar numa extracção que saía muito cara.

Agora, com os menores custos de extracção, são os próprios EUA a insistir numa queda dos preços, isto depois de as cotações do crude terem superado os 70 dólares por barril.

 

Por outro lado, os "frackers" – que operam por fracturamento hidráulico (o chamado "fracking"), que consiste na injecção de um fluido a alta pressão, no subsolo, para facilitar a extracção de crude – também começaram a conseguir extrair mais petróleo de cada poço perfurado, à conta de inovações que permitiram criar túneis afunilados que projectam mais areia para os poços em operação para suster as rochas já abertas. A título de exemplo, nas rochas betuminosas de Bakken, no Dakota do Norte, a produção de petróleo por cada poço aumentou fortemente nos últimos anos.

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