Os preços do petróleo estão a cair nos mercados internacionais. O West Texas Intermediate desce 0,44% para 40,56 dólares por barril no mercado nova-iorquino e o Brent do Mar do Norte, que serve de referência às importações nacionais, recua 2,05% para 43,56 dólares por barril em Londres.

Esta evolução da matéria-prima tem lugar depois de ontem a França ter bombardeado posições do Estado Islâmico na Síria, na sequência dos ataques ocorridos na passada sexta-feira, 13 de Novembro, em Paris, capital da França. Esta organização reivindicou a autoria dos atentados.

John Kilduff, da Again Capital em Nova Iorque, em declarações à Bloomberg, apontou que os ataques em Paris acarretam quer consequências positivas quer consequências negativas. "Vão aumentar os riscos geopolíticos, dado que as infra-estruturas petrolíferas vão ser apanhadas pelos raides dos aviões de guerra. Por outro lado, é negativo para a economia da Zona Euro, que pode reduzir a procura numa altura em que estamos a lidar com um elevado excesso de oferta", disse.

A Síria faz fronteira com o Iraque, o segundo maior produtor da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) a seguir à Arábia Saudita. Já esta segunda-feira, 16 de Novembro, Jens Pedersen, analista do Danske Bank, em Copenhaga, tinha alertado para uma quebra na procura. "Ainda que a ligação directa ao mercado de petróleo não seja muito forte, isso poderá desestabilizar ainda mais a situação geopolítica no Médio Oriente e aumentar os receios em relação a potenciais rupturas de abastecimento", disse, citado pela Bloomberg.

"Por outro lado, os ataques poderão pesar sobre a confiança dos consumidores e empresários nos próximos meses, o que pesará também sobre o crescimento e, consequentemente, sobre o consumo de petróleo", acrescentou.

A produção de petróleo da Síria foi inferior a 25 mil barris por dia, em Maio, depois de ter atingido uma média de 400 mil barris por dia entre 2008 e 2010, segundo estimativas da Administração de Informação de Energia dos Estados Unidos.