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Petróleo dispara com expectativa de mais estímulos

Os preços da matéria-prima estão a registar valorizações expressivas, animados pela perspectiva da introdução de mais estímulos na economia. Apesar da queda dos preços que se tem vindo a verificar, os analistas antecipam recuperação.

Bloomberg
22 de Janeiro de 2016 às 09:46
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Os preços do petróleo estão a registar valorizações expressivas nos mercados internacionais animados pela expectativa de mais estímulos monetários. O West Texas Intermediate, negociado em Nova Iorque, avança 4,81% para 30,95 dólares por barril. Nesta sessão, o barril de crude chegou a subir 5,11% para 31,04 dólares – a última vez que o WTI negociou acima dos 31 dólares foi a 15 de Janeiro (31,18 dólares).

O Brent do Mar do Norte, negociado em Londres e que serve de referência para as importações nacionais, está também a crescer, avançando por esta altura 5,57% para 30,88 dólares por barril. Esta sexta-feira, o barril de Brent já chegou a disparar 6,32% para 31,10 dólares por barril. A 14 de Janeiro foi a última vez que o barril de Brent negociou acima dos 31,10 dólares – tocou nos 31,23 dólares.


Esta quinta-feira, 21 de Janeiro, Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu (BCE), assumiu que a instituição poderá avançar com mais estímulos monetários já em Março. As equipas técnicas do banco central vão estudar no próximo mês e meio as várias alternativas possíveis para que o BCE possa tomar uma decisão na reunião dedicada à política monetária, que decorrerá a 10 de Março.

Além disso, as perspectivas dos bancos de investimento apontam para melhorias, apesar da cotação da matéria-prima estar a aproximar-se do pior arranque de ano desde 1991. De acordo com a Bloomberg, as previsões do UBS e do Société Général sugerem uma recuperação dos preços no segundo semestre do ano. E o Citigroup admite a possibilidade do petróleo ser "considerado o negócio do ano". Mas para isso há um entrave a ser ultrapassado: o aumento das exportações iranianas de petróleo.

"Vai haver uma onda inicial de fornecimento de petróleo do Irão, mas quando isso passar [o mercado] vai estar flat [plano] e acho que é aí que vai começar a existir as oportunidades de viragem [da cotação] do petróleo", disse à Bloomberg, Ivan Szpakowski, analista do Citigroup em Hong Kong. "Parte do motivo pelo qual o petróleo é o negócio do ano é porque vai ter uma influência ampla e vai levar muitas classes de activos para as subidas", acrescentou.


As sanções económicas ao Irão foram levantadas no início desta semana. Ainda esta sexta-feira, o Japão anunciou que levantou, no seguimento do que aconteceu com os Estados Unidos e a Europa no início da semana, as sanções que tinha imposto ao país, após as Nações Unidas terem já assinalado que Teerão deu os passos necessários para reduzir o seu programa nuclear – condição para o levantamento das sanções a propósito deste programa nuclear iraniano.

Com o levantamento das restrições internacionais, o Irão já fez saber que pretende aumentar as suas vendas ao exterior da matéria-prima. O Irão é responsável por 10% das reservas mundiais de petróleo e o quinto maior produtor da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP). O país, que já foi o segundo maior da OPEP, tem como objectivo aumentar os seus fornecimentos em 500 mil barris por dia, declarou há dias Amir Hossein Zamaninia, vice-ministro do petróleo responsável pelo comércio e relações internacionais, em entrevista, citada pela Bloomberg.


A Arábia Saudita também acredita numa recuperação dos preços da matéria-prima. O reino saudita, um dos maiores produtores mundiais de petróleo, considera que a desvalorização da cotação, que atirou o preço do barril para menos de 30 dólares, é "irracional", segundo o Financial Times. Khalid al-Falih, "chairman" da petrolífera Saudi Aramco, disse em Davos, citado pela mesma fonte, que o mercado "vai começar a recuperar" e que os preços vão estar mais elevados no final do ano.

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