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Petróleo volta a afundar 7% e já perde 25% desde os máximos de Outubro

As cotações da matéria-prima já caem mais de 7% em Londres e Nova Iorque, elevando para mais de 25% as perdas desde os últimos máximos, atingidos a 3 de Outubro.

Reuters
20 de Novembro de 2018 às 19:54
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O preço do contrato de futuros do West Texas Intermediate (WTI) – transaccionado no mercado nova-iorquino – para entrega em Janeiro segue a mergulhar 7,19% para 53,09 dólares por barril.

 

Também o Brent do Mar do Norte – que é negociado em Londres e serve de referência às importações portuguesas – segue no vermelho, com os preços do contrato para entrega em Janeiro a cederem 6,99% para 62,12 dólares, depois de já ter estado a afundar 7,61%.

 

Na semana passada, ambos os crudes entraram em "bear market" [o chamado mercado urso – quando um activo perde 20% face ao último máximo], já que caíam mais de 20% face aos últimos máximos (atingidos a 3 de Outubro) antes de iniciado o actual movimento descendente. Agora, as perdas, tanto do Brent como do WTI, superam os 25% desde essa data.

 

E são vários os factores que estão a contribuir para esta derrocada das cotações do "ouro negro". Um deles é o sell-off (movimento de vendas generalizado) nas bolsas, o que está a afastar os investidores de activos de risco – que preferem, pois, desviar as suas aplicações para activos-refúgio, como o ouro, a dívida norte-americana e algumas moedas (especialmente o dólar e o franco suíço).

 

Por outro lado, predomina o receio de que os planos da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e dos seus aliados para reduzirem a oferta mundial não sejam suficientes para compensar a subida dos inventários.

 

É que o presidente norte-americano, Donald Trump, veio dizer que a Arábia Saudita – que começou por avançar que cortaria a sua produção em 500.000 barris por dia já em Dezembro – está a mostrar-se "compreensiva" perante o seu pedido de não reduzir a oferta. E também a Rússia, parceiro da OPEP nesta decisão, já deu sinais de que será preciso analisar melhor o mercado petrolífero nas próximas semanas antes de se tomar uma decisão de corte da produção – o que poderá fazer com que na reunião ministerial de 6 de Dezembro o cartel e os seus aliados não avancem com uma decisão.

 

Tudo isto sucede num contexto de aumento dos stocks de crude, especialmente nos Estados Unidos. Com efeito, espera-se que amanhã a Administração de Informação em Energia (sob a tutela do Departamento norte-americano da Energia) divulgue um aumento das reservas de crude dos EUA na semana passada – o que, a acontecer, corresponderá à nona semana consecutiva de reforço dos inventários desta matéria-prima.

 

O facto de Trump ter aberto excepções a oito países na proibição de comprar petróleo ao Irão também tem intensificado os receios de uma maior oferta do que o esperado no mercado – o que, sem um corte da OPEP, poderá deixar o mercado com crude em excesso perante a procura prevista.

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