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OPEP estima valorização do petróleo até final do ano
O cartel agendou uma reunião informal para o próximo mês de Setembro, na Argélia, e espera uma recuperação dos preços do petróleo na segunda metade do ano, já que a queda recente é "temporária".
A queda recente dos preços do petróleo foi apenas "temporária" e as cotações vão recuperar na parte final do ano. A expectativa é da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), que agendou uma reunião informal para o próximo mês (de 26 a 28 de Setembro), a decorrer na Argélia.
"A expectativa de uma procura mais elevada de crude no terceiro e quarto trimestres de 2016, conjugada com uma descida da oferta, está a levar os analistas a concluir que o actual ‘bear market’ é apenas temporário e o preço do petróleo vai subir na parte final de 2016", referiu Mohammed Al Sada, ministro da Energia do Qatar, que assume actualmente a presidência da OPEP.
Na semana passada o petróleo registou fortes quedas, entrando em "bear market" (queda de 20% face ao máximo), colocando um ponto final na recuperação que levou a matéria-prima a quase duplicar desde os mínimos que tinha fixado em Fevereiro.
Esta tendência negativa nas cotações renovou a pressão sobre os países mais dependentes da exportação de petróleo, que têm registado uma forte deterioração das suas contas pública devido à queda nas receitas.
Segundo o presidente da OPEP, os preços do petróleo têm registado uma melhoria sustentada desde a parte inicial do ano, devido à "quebra da produção, cortes nos fornecimentos e redução das reservas, enquanto a procura global melhorou nesse período".
De acordo com a Bloomberg, as palavras do presidente da OPEP podem ser entendidas como um alerta que o cartel poderá tomar medidas se a cotação do petróleo não estabilizar em níveis superiores.
Se a OPEP "vai reunir-se para anunciar algo ao mercado, terá que ser uma proposta semelhante à que foi recusada em Julho, que passe por congelar a produção", afirmou um analista à Bloomberg.
O Brent em Londres sobe 1,26% para 44,83 dólares e o WTI em Nova Iorque avança 1,41% para 42,39 dólares. Desde o pico atingido a 8 de Junho, altura em que tocou nos 52,51 dólares por barril, o Brent desvaloriza já mais de 15%. Os analistas do Commerzbank explicam, numa nota a investidores, que "o regresso de produção que foi temporariamente suspensa, o excesso de oferta de gasolina e a retirada de investidores financeiros resultam na pressão vendedora".
A juntar àqueles factores, a expectativa de que a nota verde possa vir a valorizar também tem colocado pressão. "Se o dólar começar a fortalecer, poderemos caminhar para valores mais próximos de 35 dólares do que de 40 dólares", referiu Bill O’Grady, estratego de mercados da Confluence Investment Management, citado pela Bloomberg.