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Há 70 anos que não se descobria tão pouco petróleo

As descobertas de petróleo caíram em 2015, com os baixos preços da matéria-prima a motivarem um corte no investimento em exploração.

Bloomberg
30 de Agosto de 2016 às 13:52
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O mercado petrolífero tem sido marcado nos últimos anos pelo excesso de oferta, o que tem pressionado os preços do ouro negro. No entanto, as baixas cotações da matéria-prima têm levado a um corte nos gastos com a exploração de petróleo, o que levou a que as novas descobertas em 2015 tenham atingido o valor mais baixo das últimas sete décadas, segundo um relatório da consultora Wood Mackenzie, citado pela Bloomberg. E esta tendência acentuou-se em 2016, o que levanta receios sobre a capacidade de se satisfazer a procura no médio e no longo prazo.

Em 2015 foram descobertas reservas equivalentes a 2,7 mil milhões de barris, o valor mais baixo desde 1947. Este ano, e até final de Julho, as reservas descobertas ficaram-se pelos 736 milhões de barris. Esta quebra surge após o travão a fundo nos gastos com exploração. O montante global desceu de 100 mil milhões de dólares (89,5 mil milhões de euros) em 2014 para 40 mil milhões de dólares este ano, segundo Andrew Latham. Citado pela Bloomberg, o vice-presidente da Wood Mackenzie prevê que o valor do investimento em exploração sofra poucas alterações até 2018.

Isto para que as petrolíferas consigam conter os danos dos baixos preços nas contas. Apesar de recuperar 77% desde o mínimo de 27,88 dólares atingido no início do ano, o Brent tem mostrado resistência em superar a fasquia dos 50 dólares. No primeiro semestre de 2014, chegou a negociar acima de 110 dólares. O valor actual torna também difícil às empresas de exploração de petróleo de xisto, que revolucionaram o mercado e foram uma das grandes fontes de oferta nos últimos anos, conseguirem rentabilidade nos projectos, o que desincentiva a exploração.

E se actualmente o mercado petrolífero tem uma oferta superior à procura, alguns gestores do sector antecipam que num prazo de oito a dez anos os cortes na exploração feitos nos últimos tempos levem a uma escassez de oferta. As estimativas apontam para um crescimento da procura nos próximos anos. As autoridades americanas, por exemplo, prevêem que num prazo de dez anos a procura diária suba de 94,8 milhões de barris para 105,3 milhões.

"Provavelmente demorará cinco a oito anos antes de assistirmos ao impacto" dos cortes na exploração, defendeu Kristin Faeroevik, director-geral da Lundin Petroleum, citado pela Bloomberg. E Nils-Henrik Bjurstroem, gestor de projectos da consultora Rystad Energy, refere que "de certeza que haverá um grande impacto na oferta de petróleo".

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