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OPEP+ regressa à mesa de negociações na segunda-feira

Fontes do cartel tinham avançado à Reuters que a OPEP+ partiria para um acordo sem os Emirados Árabes Unidos, que se opõe à proposta preliminar, mas os membros do grupo alargado de 23 produtores decidiram dar mais uma oportunidade a um possível entendimento e no dia 5 voltam a reunir-se.

Reuters
02 de Julho de 2021 às 22:06
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Os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e os seus aliados (o chamado grupo OPEP+, onde se inclui a Rússia) decidiram, pelo segundo dia, adiar uma decisão sobre o rumo a dar à sua política de produção.

 

Antes deste anúncio, a Reuters chegou a avançar, citando uma fonte próxima das conversações, que o acordo avançaria sem a concordância de um membro do cartel: os Emirados Árabes Unidos (EAU). Mas a OPEP+ decidiu dar mais uma oportunidade a um possível entendimento e no dia 5 os seus membros voltam a reunir-se.

 

A OPEP+ pretende lançar mais crude no mercado em agosto e prolongar a duração deste acordo de corte da produção – mas os EAU discordam desta extensão do pacto nos atuais moldes.

 

"Todos os acordos da OPEP+ requerem uma aprovação por unanimidade. O raro desenvolvimento observado esta sexta-feira significa que os EAU ainda poderão fazer o plano descarrilar", ressalvava a agência noticiosa quando a fonte falou em acordo sem aquele país membro. E por isso mesmo é que as negociações prosseguirão na próxima semana.

 

Depois de colocar no mercado mais 2,1 milhões de barris por dia nos primeiros sete meses do ano, a OPEP+ aponta agora para um aumento das exportações em mais dois milhões de barris diários até ao fim do ano. Ou seja, mais 400.000 barris por dia em cada um dos cinco meses a partir de agosto e até dezembro – prosseguindo assim o movimento de abertura das suas torneiras, mas de forma gradual.

 

Além disso, está também em cima da mesa a possibilidade de o acordo de corte da oferta poderá ir além de abril de 2022 – para que não entrem até essa data no mercado os quase seis milhões de barris que os membros da OPEP+ ainda mantêm no subsolo, já que há ainda grandes incertezas, nomeadamente a de uma retoma global desequilibrada e a possibilidade de a variante delta do coronavírus continuar a aumentar o número de infeções.

 

Só que os Emirados Árabes Unidos não se mostram satisfeitos com a possibilidade de este acordo vigorar até ao final do próximo ano nos moldes em que está definido. Ontem os EAU conseguiram bloquear uma decisão, tendo a reunião sido retomada hoje – que foi agora novamente concluída sem luz verde.

 

Os EAU dizem que concordam com o nível do aumento da produção mas que só dão luz verde à extensão do acordo até ao fim de 2022 se houver uma revisão da base de referência (baseline) dos cortes – isto é, o nível de produção inicial a partir do qual se calculam as reduções que cabem a cada país.

 

E porquê? Porque os EAU reclamam que na base de referência dos cortes tem de haver uma atualização da sua atual capacidade de produção. Este membro da OPEP quer que a sua produção de base, usada nos cálculos do corte de oferta, seja de 3,8 milhões de barris por dia e não os 3,168 milhões de barris diários que estão definidos. Se a redução de produção que lhe couber for calculada a partir de uma baseline superior, isso significa que os EAU não terão de proceder a um corte tão pronunciado – e é precisamente isso que desejam.

 

Os Emirados Árabes Unidos têm planos ambiciosos de aumento da produção e investiram milhares de milhões de dólares no reforço da sua capacidade. Mas o acordo de retirada de crude do mercado que vigora na OPEP+ deixou os EAU com cerca de 30% da sua capacidade de produção parada, explicaram à Reuters fontes familiarizadas com este processo.

 

Não continuar a aumentar a oferta de crude poderá levar a que os preços da matéria-primas disparem, já que se antevê que a procura continue a subir. E se as cotações do ouro negro prosseguirem a sua escalada, as pressões inflacionistas tão receadas pelos mercados serão ainda mais evidentes.

 

Esta sexta-feira, a Casa Branca mostrou-se preocupada com o impacto nos consumidores norte-americanos da subida dos preços do petróleo, mas disse acreditar que a OPEP+ conseguirá alcançar um equilíbrio, fazendo chegar mais crude ao mercado.

 

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