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OPEP corta estimativas para a procura de petróleo e lança dúvidas sobre sustentabilidade da subida de preços

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) cortou as estimativas para a procura de petróleo dos seus membros, em 2019, devido ao crescimento económico mais fraco e ao aumento da produção dos seus rivais, em particular dos produtores norte-americanos de petróleo de xisto.

Bloomberg
11 de Outubro de 2018 às 16:05
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Segundo as previsões do cartel, o mundo precisará de menos 900 mil barris de petróleo do grupo, por dia, um valor que equivale à produção média da Líbia, actualmente.

 

O corte de estimativas é conhecido numa altura em que a OPEP está a ser alvo de um pressão crescente para aumentar a sua produção de forma a compensar a redução da oferta de países como o Irão, que será alvo de sanções dos Estados Unidos já em Novembro, e da Venezuela, que assiste a um verdadeiro colapso da sua indústria petrolífera.

 

O secretário-geral da OPEP afastou, esta quinta-feira, a hipótese de escassez de oferta, garantindo que o cartel vai continuar a manter o mercado bem abastecido.

 

"Não há motivos para alarme", assegurou Mohammad Barkindo, em Londres, citado pela Bloomberg. A OPEP e os seus aliados "estão prontos e dispostos a garantir que o mercado continua bem abastecido".

 

Em Setembro, a produção da OPEP aumentou em 132 mil barris por dia para 32,76 milhões, mas a evolução dos seus membros foi bastante díspar. Enquanto a produção do Irão caiu em 150 mil barris por dia e a da Venezuela em 42 mil, a Arábia Saudita e a Líbia mais do que compensaram esse declínio.

 

Apesar deste aumento, o relatório da OPEP lança algumas dúvidas sobre a sustentabilidade da recente subida de preços, mostrando uma visão mais pessimista sobre o crescimento do consumo global. O cartel acredita que o crescimento da procura de 1,54 milhões de barris por dia, este ano, vai abrandar para 1,36 milhões no próximo ano.  

 

Barkindo adiantou ainda que as reservas de crude e produtos refinados deverão continuar a aumentar em 2019. Em Agosto, cresceram em 14,2 milhões de barris nos países industrializados.

Depois de ter atingido o valor mais alto desde 2014, na semana passada, o petróleo está a registar fortes descidas, esta quinta-feira, pela segunda sessão consecutiva. Em Londres, o Brent desce 2,09% para 81,35 dólares, enquanto em Nova Iorque o WTI cai 1,86% para 71,80 dólares. 

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