Os maiores bancos mundiais estimam uma recuperação dos preços do petróleo no próximo ano. De acordo com os analistas consultados pela Bloomberg, as cotações do Brent vão subir para os 70 dólares, por considerarem que os receios em torno de uma recessão global no mercado petrolífero não são sustentados.

Esta valorização dos preços do petróleo negociados em Londres, e que servem de referência para as importações nacionais, representa uma subida de 76% em comparação com a cotação actual. O Brent está a subir 2,17% para 53,29 dólares por barril. Isto ao mesmo tempo que o WTI, negociado em Nova Iorque, valoriza 2,73% para 45,83 dólares.

"Podemos assistir a uma recuperação no próximo ano, com base em duas condições muito importantes", afirmou Michael Cohen, responsável pelo "research" de energia e commodities do Barclays, à Bloomberg. "Em primeiro lugar, que a redução das exportações da Organização dos Países Exportadores de Petróleo leve a uma descida das reservas. E, em segundo, desde que não se assista a uma deterioração das condições macroeconómicas", referiu.
Os preços do "ouro negro" afundaram neste trimestre, com a volatilidade a aumentar esta semana, uma vez que a matéria-prima tem acompanhado a instabilidade das bolsas mundiais. Os receios em torno de uma subida de juros, das tensões comerciais, da paralisação ("shutdown") parcial dos serviços federais norte-americanos, mas também de uma desaceleração económica mundial têm mantido as acções europeias e norte-americanas sob pressão, oscilando entre perdas acentuadas e recuperações. 

Ainda assim, quem acompanha o mercado ainda não vê sinais de que uma recessão vai atingir o mercado petrolífero no próximo ano, refere a Bloomberg. A previsão média dos 24 analistas consultados pela agência de notícias é de que o Brent vai situar-se, em média, nos 70 dólares por barril em 2019. Para o WTI, a estimativa média é de 61,13 dólares.

Há mesmo que antecipe uma subida ainda mais acentuada do petróleo em Londres. É o caso do Morgan Stanley e do Standard Chartered, que projectam uma valorização do Brent para os 78 dólares por barril.

"O corte de produção anunciado pela OPEP deve ser suficiente para equilibrar o mercado na primeira metade do ano e travar um aumento das reservas", notou Martijn Rats, director-geral do Morgan Stanley.

Os mais pessimistas, como é o caso do Citigroup, acreditam que o crescimento persistente do petróleo de xisto nos EUA vai impedir uma subida dos preços.