O ouro está em mínimos de cinco anos – atingidos no passado dia 24 de Julho, em Nova Iorque, nos 1.073,70 dólares por onça – e a crescente ausência de operadores no mercado sinaliza que as quedas poderão prosseguir.

Esta quinta-feira, 6 de Agosto, os futuros do ouro para entrega em Dezembro, negociados no Comex, mercado de matérias-primas de Nova Iorque, fecharam a subir ligeiramente (0,4%) para 1.090,10 dólares por onça.

Em Londres, o ouro para entrega imediata também encerrou no verde, a somar 0,42 % para 1.089,55 dólares/onça. No cômputo da semana, contudo, está a cair e segue a caminho da sétima semana consecutiva de descidas – a acontecer, será a mais longa série de perdas da última década.

A contribuir para esta ligeira subida de quinta-feira esteve sobretudo a decisão do Banco de Inglaterra de manter os juros em mínimos históricos, nos 0,5%, bem como o facto de o dólar ter travado os ganhos face às principais moedas. Quando a nota verde fragiliza, o ouro fica mais atractivo como investimento alternativo, pois fica mais barato (uma vez que é negociado em dólares).

No entanto, a tendência primária continua a ser baixista, com o metal amarelo a negociar em valores cerca de 40% abaixo da média das últimas 100 sessões.

Os operadores estão à espera dos dados do emprego nos EUA, que serão publicados esta sexta-feira. Se os números forem bons, com um aumento do emprego, isso poderá levar a Reserva Federal norte-americana a decidir-se pela subida da taxa de juro de referência [que se mantém em mínimos históricos de 0%-0,25% desde 2006] já em Setembro, o que diminui a atractividade do ouro – uma vez que não são pagos juros nem está a dar retornos como outros activos, nomeadamente acções e obrigações.

A pressionar o ouro tem estado também a desaceleração económica na China.

Muitas casas de investimento, como a Goldman Sachs, estimam que os preços do ouro deverão continuar a perder terreno. E o CEO da Randgold Resources – o título aurífero com melhor desempenho na última década –, Mark Bristow, crê mesmo que a cotação desça para a casa dos 800 dólares por onça. "O sector deve temer a fasquia dos 800 dólares. É uma possibilidade muito real", comentou à Bloomberg.