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Investidores apostam em matérias-primas à espera de novo boom

Durante quase uma década, as matérias-primas estiveram fora de moda. Agora, quando os investidores vasculham o mercado à procura da grande aposta da reflação, o setor está entre os favoritos novamente.

27 de Dezembro de 2020 às 15:00
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Investidores de peso como Point72 e Pimco apostam na valorização dos preços das matérias-primas. O Goldman Sachs, referência em Wall Street, prevê uma nova subida capaz de rivalizar com o boom impulsionado pela China nos anos 2000 e com os picos do preço do petróleo dos anos 1970.

"Acreditamos realmente que os fundamentos já estão prontos para o início de um novo bull market estrutural", disse Robert Howell, estratega da Gresham Investment Management, a unidade focada em commodities da Nuveen, com 5,8 mil milhões de dólares em ativos no setor. "Nos próximos anos, é altamente provável que muitos investidores olhem para 2020 e se perguntem como é que não perceberam esses sinais de um novo bull market das matérias-primas".

Os preços já deram um salto em relação aos mínimos no segundo trimestre. Cobre, minério de ferro e soja atingiram os níveis mais altos em mais de seis anos, estimulados por uma onda de compras da China.

 

Mas agora os importadores chineses são acompanhados por investidores macro globais, atraídos pelas commodities com uma aposta na recuperação da economia global, bem como uma proteção contra a perspetiva de aceleração da inflação.

As matérias-primas são ativos cíclicos, que sobem e descem em sincronia com a economia global. Isso coloca-as no primeiro lugar beneficiarem da recuperação que pode ser desencadeada pelas vacinas contra o coronavírus.

"Estamos otimistas em relação às commodities em geral, já que a recuperação do crescimento económico global e a possibilidade de avanço da inflação devem apoiar os preços", afirma Evy Hambro, que ajuda a gerir 16 mil milhões de dólares como responsável global de investimentos temáticos e setoriais da BlackRock.

Nic Johnson, que gere cerca de 20 mil milhões de dólares em investimentos em índices de commodities, bem como um hedge fund da Pimco, acredita que as commodities "beneficiarão com o tema reflacionário global".

Claro, nem todos estão otimistas. Por um lado, os preços já subiram muito. Johnson, da Pimco, diz estar "muito otimista" com o gás natural dos EUA, mas não espera que os preços agrícolas subam, a menos que haja uma queda significativa das colheitas no hemisfério sul.

Analistas do JPMorgan Chase alertaram na semana passada que o ciclo de crédito chinês já atingiu o pico e preveem preços mais baixos dos metais básicos ao longo de 2021. E, enquanto alguns temem a aceleração da inflação, outros veem poucos motivos para preocupação sob o argumento de que a atividade económica global permanecerá abaixo da capacidade por vários anos.

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