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Goldman diz que “commodities” não vão repetir o crash de 2015

O abrandamento da China deverá provocar quedas nas “commodities”, mas o Goldman Sachs não antecipa um "crash" semelhante ao de 2015.

Qilai Shen/Bloomberg
24 de Dezembro de 2018 às 09:00
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O atribulado sector de commodities da China escapará de um colapso dos preços ao estilo de 2015, segundo o Goldman Sachs, para quem os produtores do maior fornecedor do mundo estão em melhor posição para lidar com a queda da procura em todas as frentes.

 

Após três anos de alta dos preços, o sector de matérias-primas da China "será testado novamente no próximo ano", escreveram analistas, incluindo Trina Chen, numa nota enviada por e-mail. O banco reduziu a projecção para 2019 de materiais como o aço, o cobre e o alumínio citando uma procura industrial pior do que a esperada. No caso do aço, o Goldman prevê queda de quase 5% da procura.

 

"No entanto, não achamos que será outro 2015 porque projectamos que a maioria dos sectores será rentável, sustentada por balanços melhores e pela disciplina na oferta que protege a utilização de uma capacidade estruturalmente maior", escreveram.

 

A referência a 2015 tem a ver com o temor de que a desaceleração da procura chinesa possa desencadear o mesmo nível de queda dos preços que deixou as empresas de commodities em crise no fim daquele ano. A ampla recuperação desde então tem sido auxiliada não apenas pela recuperação dos investimentos em propriedades e infraestruturas, mas também pelo encerramento de unidades produtoras e por reformas da oferta que devem fazer com que a produção se ajuste mais rapidamente às mudanças na procura.

 

O banco tem-se mostrado amplamente positivo em relação às commodities industriais nos últimos meses, argumentando que a guerra comercial da China com os EUA afectou mais o sentimento do que a procura real. Em Agosto, o Goldman afirmou que as acções das siderúrgicas chinesas poderiam subir até 70% no caso da maior produtora, a Baoshan Iron & Steel, devido às expectativas de cortes de oferta no Inverno e de gastos com infraestruturas.

 

O relatório do Goldman, intitulado "2019 outlook: challenged, retested, repriced" ("Projecção 2019: contestada, retestada, reavaliada"), disse também que:

 

- os investimentos menores do governo local em infraestruturas serão o maior factor individual para a queda da procura pelo aço, respondendo por cerca de dois terços do enfraquecimento;

 

- o banco prevê queda de 6,9% em novas áreas em construção, uma queda de 2,3 % na produção de electrodomésticos e redução de 10% em máquinas-ferramentas;

 

- a procura por cobre, alumínio, papel e carvão manter-se-á estável em relação a 2018;

 

- do ponto de vista de acções, o Goldman prefere siderúrgicas, seguidas de empresas dos ramos de carvão e cimento;

 

- o banco continua a recomendar a compra da Baoshan, mas reduz a meta para 12 meses de 13,5 yuans para 10 yuans.

 

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