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Dólar mais forte afasta ouro de máximos históricos

Os números da produção industrial nos EUA, que cresceu pela primeira vez em 16 meses, deram força ao dólar. E isso penalizou o ouro - que, no entanto, continua a valorizar, mas de forma mais ligeira.

Apesar da fraca procura por ouro no último ano, um dólar mais fraco poderá alterar esta situação.
Mike Segar/Reuters
Os preços do ouro seguem a valorizar esta segunda-feira, embora de forma mais ténue, depois de terem chegado a atingir máximos históricos durante a manhã nos 2.265,73 dólares por onça. O ouro soma 0,41% para 2.239 dólares por onça.

As perspetivas de que a Reserva Federal norte-americana estará mais perto de cortar pela primeira vez os juros diretores em junho estiveram a impulsionar o metal precioso. Os "traders" colocam em 63% a possibilidade de um corte no sexto mês do ano, segundo a Reuters.



No entanto, os números de março da produção industrial nos Estados Unidos, divulgados esta segunda-feira, que mostram um aumento pela primeira vez desde setembro de 2022 - à boleia de uma subida das encomendas e dos volume de produção -, voltaram a lançar dúvidas relativamente ao "timing" de redução de juros pela Fed, o que está, por sua vez, a impulsionar o dólar.

O índice do dólar da Bloomberg - que mede a força da moeda norte-americana face a 10 divisas rivais - soma 0,55% para 105,06 dólares, o valor mais elevado desde 13 de novembro.

A valorização da "nota verde" torna mais dispendiosa a compra de ouro para compradores em moeda estrangeira, uma vez que o metal se encontra cotado em dólares.

"Não creio que [os números da produção industrial], juntamente com os dados do indicador PCE de sexta-feira, alterem materialmente as contas da Reserva Federal, mas os mercados estão a começar a alinhar-se um pouco mais com as expectativas da própria Fed quanto à frequência e ao momento em que vão realizar cortes de juros este ano", disse à Reuters Helen Given, "trader" cambial da Monex USA.

O metal precioso tem beneficiado de um conjunto de acontecimentos nos últimos meses. Só em março ganhou mais de 9%, sustentado por perspetivas de um alívio da política monetária levada a cabo pelos bancos centrais e por um agravamento das tensões geopolíticas no Médio Oriente e na Ucrânia, bem como um reforço das reservas por parte dos bancos centrais, sobretudo na China, onde os consumidores também têm apostado mais na matéria-prima.

O último catalisador foi o índice de preços nas despesas de consumo das famílias (PCE, na sigla em inglês), divulgado na passada sexta-feira. O indicador acelerou ligeiramente para 2,5% face a fevereiro do ano anterior e, em termos mensais, a subida foi de 0,3%, abaixo dos 0,4% em janeiro. Em ambos os casos, manteve-se em linha com as expectativas do mercado.

O presidente da Fed, Jerome Powell, em reação a estes números, referiu que o indicador ficou "em linha com as expectativas" da autoridade monetária e, apesar de ter sinalizado que o alívio na inflação ainda não chega para cortar juros, o otimismo manteve-se.


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