A venda de gasóleo disparou no último mês do ano. Num período marcado pelas maiores deslocações das famílias para quadra natalícia, mas também pela baixa acentuada dos valores de comercialização, o consumo cresceu em 9,7% face ao mesmo mês do ano anterior. A gasolina também cresceu, mas menos, isto numa altura em que muitos portugueses anteciparam o abastecimento dos automóveis em antecipação ao agravamento da carga fiscal.

De acordo com os dados da Entidade Nacional do Mercado de Combustíveis (ENMC), em Dezembro foram comercializados 430,5 mil toneladas de "diesel" em Portugal. Este consumo compara com as 392 mil toneladas vendidas no mesmo mês de 2013. O aumento deste que é o combustível mais utilizado no mercado nacional foi mesmo o mais expressivo dos últimos três anos. Enquanto o consumo de gasóleo cresceu 9,7%, o da gasolina aumentou em 3,8%.

Esta maior procura fica a dever-se, além da época festiva, à redução acentuada dos preços dos combustíveis no mercado nacional. Perante a queda do petróleo nos mercados internacionais, os valores de comercialização do gasóleo e da gasolina afundaram desde o final de Novembro, atingindo mínimos de 2009. Uma queda que antecedeu a entrava em vigor da nova fiscalidade sobre os combustíveis.

A 1 de Janeiro, o preço dos combustíveis sofreu um agravamento de 2,5 cêntimos por litro em resultado da Contribuição para o Sector Rodoviário. Além deste, houve ainda o impacto da reforma da Fiscalidade Verde que fez aumentar em mais 1,5 cêntimos por litro o gasóleo e a gasolina. No total, o aumento foi de quatro cêntimos, sendo que falta ainda o impacto dos biocombustíveis.

Mais consumo no ano

No total do ano, o consumo de combustíveis (gasóleo e gasolina) acelerou. Foram comercializados 5,65 milhões de toneladas, o que compara com as 5,62 milhões de toneladas em 2013. Houve um aumento de 0,62% para o qual contribuiu essencialmente o consumo de "diesel". Segundo os dados da ENMC, os portugueses consumiram 4,57 milhões de toneladas de gasóleo, mais 1,2% que no ano anterior. No caso da gasolina houve uma quebra de 1,6%.