Paulo Fernandes | Empresa de pasta e papel divulga contas no final do mês


A empresa de pasta e papel disparou 12% na última semana com perspectivas de subida dos preços



As sessões de bolsa mais recentes foram positivas para a Altri. A empresa de pasta e papel liderou os ganhos do índice PSI-20 na semana passada e viveu a sua melhor sessão em quase um ano na passada sexta-feira, ao subir mais de 7%. As melhores perspectivas para o sector por parte dos analistas e as expectativas de aumento dos preços da pasta e papel suportaram o forte desempenho das acções do sector.

Um dia após as economias alemã e francesa terem registado um crescimento do produto interno bruto (PIB) no trimestre, surpreendendo o mercado, as empresas de pasta e papel encerraram a semana em destaque e a Altri não escapou a este sentimento positivo. A companhia liderada por Paulo Fernandes ganhou 7,17% para 2,69 euros, o valor mais alto desde 19 de Agosto de 2008. Na semana, o saldo foi uma valorização de 12,18%, a maior subida do índice português nas últimas cinco sessões.

Num estudo divulgado no final da semana passada, a empresa de "research" especializada neste sector RISI adiantou que, ao contrário do que era esperado pelo mercado, assistiu-se a um aumento dos preços de pasta nos últimos meses, o que deverá voltar a acontecer em Setembro. Além disso, os economistas citados pelo estudo da RISI destacam ainda que se manteve a forte procura da Ásia, ao mesmo tempo que permaneceram os baixos níveis de reservas de pasta moída. A confirmar-se esta subida dos preços de pasta, a Altri deverá sair fortemente beneficiada com esta evolução positiva.

No final do mês passado, a Altri seguiu a sua congénere brasileira Suzlon e aumentou os preços da pasta em 30 dólares. Desde o início do mês, a cotada passou a comercializar a pasta de papel de eucalipto branqueada (BEKP) a 560 dólares por tonelada. A equipa de analistas do BPI aplaudiu esta subida e explicou que a decisão de mexer nos preços teve por base melhorias nas condições do mercado, como o crescimento da procura na China e a descida dos "stocks" da matéria-prima na sequência das paragens de produção.

Com a conjuntura económica a melhorar e a procura a dar sinais de retoma, tudo indica que os próximos meses sejam positivos para as empresas do sector. No final da semana passada, a Stora Enso e a UPM, as duas maiores produtoras de pasta e papel na Europa, viram o Bank of America subir a sua recomendação de "underperform" para "comprar".

Apesar das boas perspectivas para a indústria, a companhia deverá voltar a reportar prejuízos no segundo trimestre do ano. As expectativas do Caixa BI apontam para a divulgação de perdas na casa dos 7,5 milhões de euros nos três meses terminados a 30 de Junho devido à queda dos preços da pasta.