Conseguir baixar a factura do IRS vai muito além de ter produtos financeiros que proporcionem vantagens fiscais. É preciso, acima de tudo, começar a guardar as facturas de todas as suas despesas. E neste ponto, algumas conseguem mesmo fazer a diferença. Despesas com saúde e educação, ou encargos com a compra de computadores e equipamentos de energias renováveis, conseguem ser bastante atractivas do ponto de vista fiscal.

É possível deduzir até 30% os custos tidos com a saúde, sem qualquer limite máximo. Embora apenas para as despesas isentas de IVA ou com uma taxa limite de 5%. Quanto aos gastos sujeitos a IVA de 21%, a dedução fica-se pelos 60 euros ou 2,5% das outras despesas com saúde.

Também os encargos com lares de terceira idade possibilitam reduzir a factura do IRS, embora apenas no caso dos pais, avós e tios (até ao 3º grau de parentesco) para além do próprio. A dedução corresponde a 25% da despesa realizada, tendo como limite o equivalente a 85% do salário mínimo nacional. Em 2007, este valor é de 342,55 euros.

Quanto à educação e formação, pode-se deduzir 30% do total de gastos. Todos os encargos com a sua educação e dos seus dependentes têm, contudo, um tecto limite de 644,80 euros em 2007. Valor que equivale a 160% do salário mínimo nacional do respectivo ano. Para as famílias com três ou mais filhos, o limite a deduzir aumenta em 30% do ordenado mínimo nacional mais alto. Isto por cada dependente.

É ainda possível usar a compra de um computador de uso pessoal. Usufruir deste benefício é apenas para contribuintes com uma taxa de IRS inferior a 42%, sendo só aplicável uma vez no período entre 2006 e 2008. O máximo permitido será de 250 euros. Outros equipamentos aceitos pelo Fisco são os que usam energias renováveis. Desde as tradicionais salamandras e fogões de aquecimento com queima de resíduos florestais, aos painéis solares e outras instalações para aquecimento de águas, entre muitos outros, é possível abater até 761 euros no IRS. O valor é significativo, contudo, este ano, não é válido para quem apresente despesas com crédito à habitação. Trata-se de uma situação que será alterada no próximo ano, dado que o Orçamento do Estado para 2008 já prevê a acumulação da vantagem fiscal da compra de equipamentos de energias renováveis, com os encargos do crédito à habitação.