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Obrigações portuguesas vão continuar a brilhar

Depois da S&P, também a Fitch pode subir o "rating" da dívida portuguesa. Uma expectativa que pode continuar a determinar a aposta nas obrigações portuguesas e, deste modo, a descida dos juros.

31 de Outubro de 2017 às 11:15
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Os últimos meses têm sido de boas notícias para a dívida portuguesa, nomeadamente a redução do défice orçamental. A última delas chegou a 15 de Setembro quando, inesperadamente, a S&P decidiu retirar o "rating" de Portugal de um nível considerado "lixo". E, no final do ano, uma segunda agência poderá fazê-lo. Uma expectativa que pode continuar a determinar a aposta nas obrigações portuguesas e, deste modo, a descida dos juros.

A S&P decidiu, em Setembro, subir a notação de Portugal de BB+ para BBB-, retirando a nota do país de "lixo". Deste modo, pela primeira vez em mais de cinco anos, Portugal conseguiu ter uma das três principais agências a avaliar o "rating" acima de "lixo". Uma decisão que foi justificada com o "forte desempenho económico e orçamental" do país.

Têm sido precisamente estes factores que têm permitido uma subida do preço das obrigações portuguesas. E, consequentemente, a descida das taxas de juro. Esta segunda-feira, a "yield" da dívida a 10 anos chegou a descer 10,6 pontos base para 2,088%, o que corresponde ao valor mais baixo desde Abril de 2015. Esta descida tem permitido também reduzir o prémio de risco da dívida nacional face à dívida alemã para níveis de Julho de 2015.


2,088
Taxa de juro
A "yield" das obrigações portuguesas atingiu um mínimo de Abril de 2015.

15
Data-chave
No próximo dia 15 de Dezembro, a Fitch pode tirar o "rating" de Portugal de "lixo".


Apesar desta correcção, os especialistas acreditam que ainda há margem para Portugal reduzir mais o diferencial face a outros países do euro, nomeadamente Itália, sobretudo se houver uma segunda melhoria de "rating" por parte da Fitch, agendada para 15 de Dezembro. Esta foi a primeira agência de "rating" a colocar Portugal com "outlook" positivo, antes do Verão.

Os analistas do Société Générale anteciparam recentemente uma convergência dos juros portugueses com os italianos. O que pode vir a concretizar-se caso a Fitch efectivamente acabe por anunciar uma subida do "rating" do país para um nível de investimento.

E estas boas notícias poderão acabar por amortecer o impacto das decisões do Banco Central Europeu (BCE) que, ainda na semana passada, anunciou que, a partir de Janeiro, vai reduzir as suas compras de activos mensais para metade, ainda que tenha prolongado o programa. "Acreditamos que a retracção do apoio do BCE poderá acarretar um impacto relativo menos pronunciado no caso português em relação a outros países da periferia (sobretudo Itália), principalmente porque os níveis actuais das taxas de juro da dívida portuguesa já descontam uma menor procura por parte do BCE", disse a equipa de "research" do banco BiG ao Negócios. 



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