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Leve dinheiro vivo para as suas férias

Os cartões de débito e de crédito são práticos, mas as comissões pelo seu uso no estrangeiro são muitas vezes proibitivas. Opte por levar algum numerário ou cheques de viagem nas suas próximas férias.

Leve dinheiro vivo para as suas férias
24 de Junho de 2010 às 09:26
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Os cartões de débito e de crédito são práticos, mas as comissões pelo seu uso no estrangeiro são muitas vezes proibitivas. Opte por levar algum numerário ou cheques de viagem nas suas próximas férias.


Se tiver um cartão bancário, é muito simples obter dinheiro no estrangeiro: insira o plástico num caixa automático, digite o código, escolha o montante que quer receber e logo saem os euros, dólares ou outra divisa do seu destino de férias.

Se não quer andar carregado de notas e moedas, também pode pagar as suas compras num terminal automático numa loja ou num restaurante. O número de terminais não pára de crescer em todo o mundo, o que quer dizer que o seu cartão Visa, MasterCard ou American Express é cada vez mais útil fora das portas portuguesas. "Ao longo dos últimos cinco anos (entre Dezembro de 2005 e Dezembro de 2009), as despesas dos portugueses titulares de cartões no estrangeiro cresceu 35%, verificando-se, igualmente, um aumento de 46% nas transacções internacionais", avança Sérgio Botelho, responsável pela Visa Europe em Portugal.

Sérgio Botelho salienta que, no mesmo período, o valor médio das transacções internacionais em pontos de venda baixou de 89 euros para 79 euros, "um reflexo de que os titulares de cartões estão a utilizar cada vez mais os seus cartões para compras do dia-a-dia".

Evite ficar mais pobre
Embora a utilização dos cartões de débito e de crédito seja muito prática, se não prestar atenção às comissões envolvidas nas transacções rapidamente ficará mais pobre. Se fizer um levantamento com o seu cartão de débito fora da região da moeda única pode pagar até 10% do montante sacado em comissões. Se pagar as suas compras fora da Zona Euro com cartão de crédito é provável que fiquem 2,81% mais caras. Por isso, se já está a puxar o lustro aos seus cartões bancários em antecipação das férias, pondere ir carregado com algum numerário.

Para lhe facilitar a vida (porque as férias são para descansar), o Negócios analisou as comissões envolvidas na utilização do seu plástico fora de Portugal. Analisámos todos os cartões dos 13 principais bancos comerciais: Banco BPI, Banco Espírito Santo, Banco Popular, Banco Português de Negócios, Banif, Barclays, BBVA, Caixa Geral de Depósitos, Crédito Agrícola, Finibanco, Millennium bcp, Montepio e Santander Totta. Saiba se o seu banco lhe permite economizar durante a sua próxima experiência de veraneante.

Vai para a Zona Euro? Use o cartão de débito
Esteja à vontade para usar o seu cartão de débito nos caixas automáticos na Zona Euro. Os levantamentos de notas da moeda única têm o privilégio de não serem comissionados pelos bancos. No entanto, a história não se repete se usar o cartão de débito fora da Zona Euro: os custos podem representar mais de 10% do levantamento num caixa automático.

É o caso dos levantamentos de baixo montante com os cartões do Banif e do Crédito Agrícola. Se usar um destes para sacar o equivalente a 50 euros num caixa automático, as comissões podem ultrapassar os cinco euros. Além do valor fixo de 2,50 euros, conte com a comissão do emitente do cartão (3%), a comissão variável (0,33 por cento), a comissão de processamento (1,7%) e a comissão de conversão cambial (1%), a que se soma o Imposto do Selo. Devido à comissão fixa, quanto mais levantar menor o peso dos custos, apesar de, no caso do Banif e do Crédito Agrícola, nunca irem abaixo de 6% do valor sacado.

Felizmente para os veraneantes, há bancos mais económicos na utilização do cartão de débito fora das fronteiras da Zona Euro. Usando um cartão da Caixa Geral de Depósitos, a comissão é fixa de 2,65 euros, que sobe para 2,76 euros após aplicar o Imposto do Selo. Assim, o banco estatal é o mais barato entre as maiores instituições bancárias nacionais.

Depois dos cartões de débito da Caixa são os do BBVA, do Banco Popular e do Barclays que menos custam nos levantamentos fora da Zona Euro: é cobrada uma comissão fixa de 2,50 euros e uma comissão variável de 0,33%.

Use o seu plástico para fazer compras
Tal como não paga ao fazer levantamentos a débito na sua conta bancária em toda a Zona Euro, também não paga para fazer compras com os seus cartões em terminais automáticos nos estabelecimentos comerciais da mesma região. Essa é a regra geral, mas há algumas excepções nos vários bancos, como é o caso de pagamento de abastecimento de combustíveis em gasolineiras.

Quando o seu cartão transpõe as portas da Zona Euro começam a surgir as comissões. A maioria dos cartões de crédito das instituições financeiras portuguesas transporta uma comissão de 2,70% sobre as compras pagas. Assim, depois de contabilizar o Imposto do Selo, uma compra no valor equivalente a 100 euros fica 2,81 euros mais cara.

Se for cliente do Millennium bcp, consegue poupar alguns trocos nos gastos internacionais: a comissão é de 1,63% nos cartões Visa e MasterCard e 1,39% nos American Express. Perto do Millennium só os cartões de crédito do Santander Totta, que cobram 1,70%. Os mais caros são os Barclayscard (a comissão é de 3%), mas os restantes cartões de crédito da sucursal portuguesa do Barclays também cobram 2,70%.

Evite sacar dinheiro com o cartão de crédito
O pecado capital de quem goza férias longe de casa é usar o cartão de crédito para realizar adiantamentos de numerário a crédito, vulgarmente conhecido por "cash advance". Por cada 1.000 euros obtidos num caixa automático na Zona Euro paga um mínimo de 36,19 euros, que corresponde a uma comissão fixa de 1,50 euros e uma variável de 3,33% do montante, ao que é acrescido o Imposto do Selo. Entre os cartões de crédito dos principais bancos nacionais são os Barclayscards que mais cobram: 2,99 euros mais 3,99% do valor do levantamento a crédito.

Se puser o pé fora da Zona Euro, os emitentes dos cartões de crédito cobram ainda outras taxas adicionais (ligadas à conversão cambial e ao risco de câmbio), o que eleva ainda mais os custos dos abusadores do plástico. No limite, levantar o equivalente 1.000 euros a crédito custa 69,06 euros, que é o preço no Banco Espírito Santo: uma comissão fixa de três euros, uma variável de 3,75%, uma comissão de serviço de câmbio de 0,96% e outra de custos de intermediação, processamento, comunicações e risco de 1,63%.

Antes de fazer o "check-in" aos seus cartões ainda tem tempo para uma coisa: avise os emitentes dos cartões que vai viajar, porque se eles suspeitarem de fraude internacional e não o conseguir contactar podem suspender o poder de compra dos seus pedaços de plástico.

Compre divisas no seu banco
Se quer evitar a maior parte das comissões dos cartões bancários durante as suas férias, em especial se for para fora da Zona Euro, leve algumas notas consigo. Se comprar divisas estrangeiras no seu banco do dia-a-dia através do crédito na sua conta, o custo pode ser bastante baixo: em média, o contra-valor de 1.000 euros custa em comissões bancárias e impostos 4,50 euros. Os mais baratos - Banco BPI, Banco Português de Negócios, Montepio, Crédito Agrícola - cobram três euros independentemente do montante de notas estrangeiras que adquirir (ao que se soma o Imposto do Selo de 12 cêntimos). O Banco BPI e o Montepio inclusivamente isentam de comissão os clientes que peçam menos de cerca de 50 euros em divisas estrangeiras.

Apenas três dos bancos analisados cobram comissões que aumentam com o montante de notas estrangeiras adquiridas: Banco Popular, BBVA e Finibanco. Este último é o que tem a taxa mais elevada, de 0,50 por cento sobre o valor. Porém, é a comissão mínima de oito euros que o torna no mais caro do grupo.

Receia carregar notas? Leve cheques
Os cheques de viagem traduzem-se numa forma fácil (se for para um destino urbano), segura e, na maioria dos casos, barata de transportar divisas para o estrangeiro. Regra geral, a emissão custa 1% do montante, embora a maioria dos bancos cobre uma comissão mínima entre 7,50 euros e 16,75 euros.

A segurança dos cheques de viagem reside na possibilidade de reembolso em caso de perda ou de roubo. Assim que os levanta no seu banco, assina na face dos cheques. Quando os usa, volta a assinar nas costas do cheque, necessitando de mostrar um documento identificativo com fotografia. Quando andar com os cheques no bolso, aponte os números de série num local seguro e separado dos cheques. Necessitará deles em caso de furto ou de perda.

Em alguns países, como os Estados Unidos da América, os cheques de viagem de emitentes internacionais, como a American Express e a Visa, são amplamente aceites em estabelecimentos comerciais, embora cada vez menos devido à massificação dos cartões bancários.

Se preferir, pode trocá-los por dinheiro vivo na maioria dos bancos, mas isso significa ter de pagar uma comissão variável. Para não pagar comissões tem de ir a uma representação do emitente do cheque. A American Express, a maior entidade neste negócio, tem vários escritório espalhados pelo mundo. Pode pesquisar pelos seus escritórios e pelos bancos que aceitam os seus cheques de viagem na internet em aetclocator.com.

Para evitar ficar dependente de uma taxa de câmbio não favorável, opte por adquirir cheques na divisa do seu destino. Além de euros e dólares norte-americanos, pode obter cheques de viagem em dólares canadianos e australianos, libras esterlinas, ienes japoneses e yuans chineses. Os cheques de viagem adquirem-se em conjuntos. Se necessitar de dólares norte-americanos, por exemplo, é possível obter uma emissão de múltiplos cheques no valor de 20, 50 ou 100 dólares.

São os clientes do Banco BPI e do Crédito Agrícola que menos pagam por cheques de viagem: é aplicada uma comissão de 1% sobre o montante emitido com um mínimo de 7,50 euros. Para valores superiores a 800 euros, o Banco Português de Negócios é igualmente barato e, após 1.000 euros, também o Montepio.





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