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"Banco de Fomento tem que fazer tudo o que banca comercial não faz"

O Governo anunciou uma "segunda vida" para o Banco Português de Fomento, a quem disse que já não há espaço para errar. Gonçalo Moura Martins e António Ramalho explicam o que esta entidade deve efetivamente ser. Novo episódio do podcast Partida de Xadrez vai para o ar esta segunda-feira.

02 de Março de 2025 às 12:00
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O Banco Português de Fomento (BPF) "tem que fazer tudo aquilo que a banca comercial não faz", defende Gonçalo Moura Martins no 26.º episódio do podcast Partida de Xadrez, que vai para o ar esta segunda-feira no site do Negócios e nas principais plataformas.

Isso, explica, relativamente "a maturidades de empréstimos, nichos de mercado, nas startups, na alta inovação, nos negócios de alto risco mas de grande potencial, onde existe uma falha de mercado", aponta o gestor, salientando que estas entidades "devem ser instrumentos subsidiários e complementares à banca tradicional, assumindo maior risco e espaço em modelos de negócio emergentes, bem como em momentos contracíclicos".

António Ramalho frisa, por seu lado, que "existe claramente espaço para bancos de fomento em Portugal, como existe em Espanha, em França ou na Alemanha", mas no nosso país, aponta, "existe uma necessidade adicional pela evolução que teve a consolidação da nossa banca comercial e pela necessidade de criar condições de financiamento com mais prazo, com mais apetite a risco e com mais sentido de valor residual".

Em seu entender, "o Banco de Fomento é uma excelente ideia, mas uma excelente ideia só é excelente se for aplicada de forma atempada, rigorosa e profissional".

Para o gestor, "este é um desafio ao Estado. Se falhar, a responsabilidade será do Estado. Se for bem-sucedido, o benefício será de todos".

Os dois gestores concordam que criar as competências que a banca comercial perdeu é o desafio desta nova administração do Banco Português de Fomento, liderada por Gonçalo Regalado. "Hoje não temos especialistas em 'project finance' em Portugal nem especialistas em financiamento de médio e longo prazo e precisamos de os ter", exemplifica António Ramalho.

Não ser um banco como os outros, diz Moura Martins, "é o fator crítico do seu sucesso ou insucesso", lembrando que estas instituições "têm que apoiar os setores de economia que não conseguem obter apoio na banca comercial. Se assim não for estão a falhar o seu propósito".

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