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Japão arrasa estratégias de fundos

A crise nuclear no Japão e o conflito armado na Líbia estão a levar os investidores a procurar instrumentos que confiram maior segurança aos seus patrimónios. As recomendações dos supermercados de fundos desvalorizaram 4% nas últimas quatro semanas.

30 de Março de 2011 às 08:45
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Conheça oito carteiras de fundos




As carteiras prudentes foram construídas para um prazo de investimento de três anos e são destinadas a aforradores conservadores que não aceitam perdas anuais superiores a 4%.

As carteiras agressivas estão desenhadas para um prazo de investimento mínimo de cinco anos e com um limite de perdas anuais até 10%.





ActivoBank
Fundo tecnológico dependente do Japão

Quando surgem crises que se podem dispersar para a economia, como o conflito bélico na Líbia e a catástrofe no Japão, os investidores estão entre os primeiros a reagir. "Os investidores não gostam de incerteza, pelo que optaram por sair do mercado nas últimas semanas", avisa Gonçalo Gomes, da Direcção de Marketing do ActivoBank. A fuga não evitou a queda dos preços dos activos.

Todas as carteiras recomendadas nesta rubrica registaram uma queda nas últimas quatro semanas, mas a estratégia agressiva do ActivoBank foi a que mais deslizou, mais de 6,5%. Só o Skandia Technology, um fundo que investe em empresas tecnológicas, perdeu mais de 8%. "O Japão está muito presente na cadeia de produção de muitas empresas tecnológicas e a recente catástrofe afectou de forma significativa a capacidade de produção de muitas fábricas de componentes electrónicos, nomeadamente devido às falhas de energia", explica Gonçalo Gomes. Esse fundo investe maioritariamente em empresas norte-americanas, como a fabricante de semicondutores Atmel e a produtora de sistema de rede Cisco Systems.

Durante este mês, o ActivoBank substituiu o investimento no Schroder US Small & Mid-Cap Equity pelo Parvest Equity USA Small Cap, porque a sociedade gestora do primeiro produto avisou que irá fechar a porta do fundo a novos investidores por considerar que atingiu a sua capacidade máxima.






Banco Best
Investir nas energias alternativas

O sismo e a catástrofe que se lhe seguiu no Japão reabriu a discussão internacional sobre a segurança efectiva da energia nuclear. Como não podia deixar de ser, essa discussão chegou rapidamente aos bolsos dos investidores. Muitas acções do sector da energia nuclear caíram em resposta ao pânico que se vive em torno dos reactores japoneses.

Os especialistas do Banco Best tiveram em conta a discussão na mais recente revisão da carteira agressiva. Assim, a Direcção de Investimento do banco substituiu a aposta no JPMorgan Africa pelo fundo Vontobel Global Trend New Power, que passa a representar um décimo dessa estratégia. Os gestores responsáveis pelo produto da Vontobel, Pascal Dudle e Roger Merz, seleccionam a partir de Zurique acções de empresas "que beneficiarão do crescente desequilíbrio entre a oferta e a procura de energia". Eles concentram-se em duas grandes áreas: fontes alternativas de energia e utilização mais eficiente de energia. Entre as suas maiores apostas estão a BG Group, que explora e refina petróleo e gás, a Roper Industries e a United Technologies, ambas fornecedoras de soluções para a indústria energética.

Neste mês, o Banco Best também troca o JPMorgan Global Focus pelo ING Invest Global Opportunities, um fundo de investimento que já constou anteriormente nas estratégias da instituição.






Banco BIG
Estratégia prudente continua a dar cartas

Embora todas as carteiras recomendadas nesta rubrica do Jornal de Negócios apresentem uma queda ao longo das últimas quatro semanas, a recomendação prudente do Banco Big foi a única a conseguir limitar a perdas a menos de 1%. Os fundos BNY Mellon Euroland Bond e BlackRock Euro Bond, dois dos três principais fundos sugeridos pelo banco, conseguiram inclusivamente um saldo positivo nestas semanas. Deste modo, a estratégia prudente do Banco Big consolidou a sua liderança com um ganho de 11,06% desde o final de Julho de 2009, o que é equivalente a uma receita de 6,60% por ano.

Rui Broega, o director da gestão de activos do Banco Big, acredita que a queda da bolsa foi excessiva. "Aproveitando a correcção nos principais índices accionistas na sequência do 'tsunami' no Japão, decidimos propor uma realocação nas carteiras posicionando-as tacticamente com uma maior componente accionista que pretende tirar partido do que julgamos ter sido um desequilíbrio nos preços de equilíbrios de alguns activos", explica o responsável.

Na carteira mais conservadora, Rui Broega reduziu a exposição ao segmento da dívida de mercados emergentes para estrear dois novos fundos: Fidelity Global Opportunities e Threadneedle European Select. A esses dois produtos junta-se o Schroder European Large Cap na estratégia agressiva, depois da realização de mais-valias no Invesco Euro Corporate Bond.






Deutsche Bank
Líder cai mas mantém-se em primeiro

A carteira agressiva do Deutsche Bank, que tinha ultrapassado a rendibilidade de 30% há um mês, foi uma das que mais deslizou ao longo das últimas quatro semanas. O fundo Parvest Equity USA, que absorve 41% das apostas dos responsáveis da direcção de investimento do banco, foi o que mais contribuiu para a queda, ao perder quase 10% do seu valor. Assim, a rendibilidade da estratégia agressiva do Deutsche Bank desceu para 21,17%, o que representa um ganho anual de 12,41% desde o final de Julho de 2009.
Apesar dos especialistas do banco de origem alemã não mexerem na carteira agressiva, registaram-se algumas mudanças no portefólio mais conservador. Os fundos Schroder Euro Corporate Bond, Pictet Emerging Local Currency Debt e BlackRock Global Government Bond, que tinham um peso de 33% na estratégia, deixaram de constar na proposta do Deutsche Bank. Para os substituir foram nomeados dois fundos: Schroder Strategic Bond (na versão com cobertura cambial) e Schroder Global Corporate Bond. Em conjunto, estes dois fundos estão particularmente expostos à América do Norte, nomeadamente através de Obrigações do Tesouro estado-unidense. Entre as maiores apostas estão também títulos do México e do Chile e de empresas como o Citigroup e a Deutsche Telekom.



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