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Há vida além do Facebook?
Produtora de jogos "online" tenta sobreviver e, ao mesmo tempo, reduzir a dependência da rede social
13 de Agosto de 2012 às 11:22
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A Zynga não tem tido vida fácil desde a entrada em bolsa, no final do ano passado. A produtora de jogos "online", como o FarmVille, cavalgou a euforia anterior à estreia do Facebook, mas viu virar-se contra si a dependência da rede social, que serve de plataforma para a maioria dos seus jogos. Com a acção em queda livre, os últimos resultados apresentados pela Zynga levaram alguns analistas a questionar a própria sobrevivência da empresa. A cereja no topo do bolo é um processo judicial lançado pela gigante Electronic Arts.
"Os resultados foram desastrosos", disse Arvind Bhatia, analista da Sterne Agee & Leach. "Cada vez mais estou convencido de que a Zynga foi uma moda", lamentou o analista. Também em reacção aos resultados do segundo trimestre e ao "outlook" mais cauteloso, Richard Greenfield, da BTIG, retirou a recomendação de "compra", numa nota intitulada "Pedimos desculpa pelo equívoco embaraçoso".
A gestão justificou a quebra nos resultados com um menor grau de envolvimento dos jogadores, a popularidade inferior às expectativas de "Draw Something" - a grande aposta da Zynga na transição para os dispositivos móveis -, e o atraso no lançamento do jogo "The Ville".
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O lançamento de "The Ville", a grande aposta da Zynga para tentar replicar o êxito dos primeiros títulos, está já, no entanto, envolta em polémica. A gigante Electronic Arts diz que o jogo é "indistinguível" do jogo "The Sims - Social" e abriu um processo judicial que está a preocupar os analistas. Se o tribunal der razão à EA, a sobrevivência da Zynga poderá estar em risco.
Esta semana termina o período de "lock-up", a partir do qual os funcionários poderão vender as acções que receberam na forma de opções. Há um risco de que muitos prefiram vender os títulos, apesar da quebra do preço. Se isso acontecer, as acções estarão ainda sob maior pressão e Mark Pincus poderá ter de preparar-se para se defender de uma OPA, caso haja interessados.
"Apesar de a empresa ter 'cash' à disposição e uma marca valiosa, com bom historial de crescimento, acreditamos que as acções da Zynga não devem contar com um potencial de subida significativo, a menos que a empresa consiga regressar aos ritmos de crescimento anteriores", diz Heath Terry, analista do Goldman Sachs.
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