Notícia
Há alternativas aos PPR
Os benefícios fiscais dos planos de poupança-reforma (PPR) são um grande atractivo para os aforradores que pensam nos seus anos dourados. Contudo, há poucas mais vantagens além dessa poupança de IRS. Por isso, no seu...
14 de Maio de 2009 às 11:02
O planeamento da reforma também se pode fazer apostando em fundos de investimento
Os benefícios fiscais dos planos de poupança-reforma (PPR) são um grande atractivo para os aforradores que pensam nos seus anos dourados. Contudo, há poucas mais vantagens além dessa poupança de IRS. Por isso, no seu planeamento anual da reforma, se pretende investir mais do que o necessário para maximizar o benefício fiscal (entre 1.500 e 2.000 euros, consoante a sua idade), pondere os tradicionais fundos de investimento.
Em primeiro lugar, os fundos são instrumentos mais baratos que os PPR. Além de, na grande maioria, não cobrarem comissões de subscrição e de resgate, a comissão de gestão é cada vez menor. Actualmente, já há fundos de acções que cobram menos de 1% por ano. Além disso, a selecção de fundos é bastante mais flexível que a dos PPR. Se não estiver completamente satisfeito com o gestor do fundo ou se encontrar um melhor, basta proceder ao resgate do antigo e subscrever o novo. Na maior parte dos casos, se já tiver o fundo antigo há mais de um ano, não paga pela operação. Contudo, se quiser transferir de PPR de uma entidade gestora para outra, a penalização é muito elevada. Segundo a ferramenta de pesquisa de PPR do Instituto de Seguros de Portugal, há PPR que cobram 9% do capital resgatado para proceder a uma transferência.
Por lei, os PPR também são limitados: os seus gestores não podem aplicar mais de 55% dos activos no mercado accionista, o que é injusto para os aforradores mais novos que têm tempo para arriscar em troca de um rendimento mais elevado no futuro. Apesar do efeito da actual crise na bolsa, reza a história que são as acções que mais ganham no longo prazo.
"Acreditamos que as acções oferecem os melhores retornos de longo prazo apesar da sua volatilidade", escreveram os académicos Elroy Dimson, Paul Marsh e Mike Stauton, da London Business School, num estudo que compila 109 anos de bolsa de 17 países que representam 90% do valor de mercado de todas empresas cotadas no mundo. Em média, as acções acumularam um ganho de 8,4% desde 1900, mais do que os 4,8% das obrigações e os 4% dos bilhetes do tesouro, que povoam maioritariamente os PPR.
A fiscalidade dos PPR pode ser um grande ponto a favor dessa opção, mas os fundos, em especial os geridos em Portugal, também têm as suas vantagens. Na prática são tributados como se fossem particulares. Logo, se investirem em acções apenas pagam impostos sobre os dividendos e sobre as mais-valias efectuadas em aplicações até um ano. Veja o caso do Millennium Eurocarteira, o maior fundo de acções gerido em território nacional: em 2008 pagou 1,9 milhões de euros de impostos, o que não chega a ser 1% do valor médio da carteira nesse ano. E isso não aconteceu apenas porque os gestores não ganharam dinheiro nesse ano: em 2006 e em 2007, quando o fundo ganhou 16,90% e 5,20%, respectivamente, os valores de impostos pagos nunca ultrapassaram 1,2% do capital. Pode não se aperceber deste facto porque não recebe um cheque do fisco, mas, investindo em fundos, também recebe bons benefícios fiscais.

Os benefícios fiscais dos planos de poupança-reforma (PPR) são um grande atractivo para os aforradores que pensam nos seus anos dourados. Contudo, há poucas mais vantagens além dessa poupança de IRS. Por isso, no seu planeamento anual da reforma, se pretende investir mais do que o necessário para maximizar o benefício fiscal (entre 1.500 e 2.000 euros, consoante a sua idade), pondere os tradicionais fundos de investimento.
Por lei, os PPR também são limitados: os seus gestores não podem aplicar mais de 55% dos activos no mercado accionista, o que é injusto para os aforradores mais novos que têm tempo para arriscar em troca de um rendimento mais elevado no futuro. Apesar do efeito da actual crise na bolsa, reza a história que são as acções que mais ganham no longo prazo.
"Acreditamos que as acções oferecem os melhores retornos de longo prazo apesar da sua volatilidade", escreveram os académicos Elroy Dimson, Paul Marsh e Mike Stauton, da London Business School, num estudo que compila 109 anos de bolsa de 17 países que representam 90% do valor de mercado de todas empresas cotadas no mundo. Em média, as acções acumularam um ganho de 8,4% desde 1900, mais do que os 4,8% das obrigações e os 4% dos bilhetes do tesouro, que povoam maioritariamente os PPR.
A fiscalidade dos PPR pode ser um grande ponto a favor dessa opção, mas os fundos, em especial os geridos em Portugal, também têm as suas vantagens. Na prática são tributados como se fossem particulares. Logo, se investirem em acções apenas pagam impostos sobre os dividendos e sobre as mais-valias efectuadas em aplicações até um ano. Veja o caso do Millennium Eurocarteira, o maior fundo de acções gerido em território nacional: em 2008 pagou 1,9 milhões de euros de impostos, o que não chega a ser 1% do valor médio da carteira nesse ano. E isso não aconteceu apenas porque os gestores não ganharam dinheiro nesse ano: em 2006 e em 2007, quando o fundo ganhou 16,90% e 5,20%, respectivamente, os valores de impostos pagos nunca ultrapassaram 1,2% do capital. Pode não se aperceber deste facto porque não recebe um cheque do fisco, mas, investindo em fundos, também recebe bons benefícios fiscais.

Como escolher um fundo? Primeiro, saiba se o seu gestor não lhe está a cobrar em excesso Quando o entrevistador pergunta a William Sharpe, o laureado com o Nobel da Economia em 1990, como é que ele escolhe fundos, o professor da Stanford University é directo: "A primeira coisa a procurar é a taxa global de custos, a segunda é a rotação da carteira e a terceira é alguma medida de desempenho passado. Mas se tivesse de olhar apenas para uma coisa, eu escolheria a taxa global de custos." Sharpe, reconhecido como o pai da avaliação de fundos, alerta para os custos que os investidores pagam, muitas vezes sem o saberem. Há pelo menos dois que não passam ao lado dos aforradores: a comissão de subscrição, paga no acto da compra da aplicação, e a comissão de resgate, deduzida ao valor reembolsado no final do investimento. Além desses há outros, mas a maioria dos aforradores pode ficar satisfeita por procurar a taxa global de custos nos prospectos dos fundos. A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, a entidade supervisora do mercado de capitais nacional, obriga as sociedades gestoras de fundos a publicar este indicador, que é a percentagem do dinheiro dos investidores que foi usada para pagar comissões de gestão e de depósito, a taxa de supervisão, os custos de auditoria e outros custos operacionais, excluindo os custos de transacção. Se estiver preocupado com este elemento excluído do cálculo da taxa global de custos, procure a rotação média da carteira no mesmo prospecto, o segundo indicador preferido de William Sharpe, e ficará a saber se o seu gestor de fundos está a comprar e a vender títulos a uma velocidade elevada, logo gastando muito dinheiro em comissões de bolsa. Da próxima vez que for adquirir um fundo apenas porque teve um bom desempenho, lembre-se de procurar o prospecto (estão todos disponíveis em www.cmvm.pt ou junto do banco comercializador) e de ler o seu conteúdo mais importante. |