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EUA ou Europa - Quem vai dar mais a ganhar?

A economia americana vai crescer mais depressa do que a europeia na saída da recessão. Mas do lado de cá do Atlântico os resultados das empresas vão aumentar mais e as cotações estão mais atractivas. Qual escolher? A solução pode estar no compromisso

26 de Março de 2010 às 09:28
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A economia americana vai crescer mais depressa do que a europeia na saída da recessão. Mas do lado de cá do Atlântico os resultados das empresas vão aumentar mais e as cotações estão mais atractivas. Qual escolher? A solução pode estar no compromisso


A Europa debate-se com o elevado défice orçamental e endividamento público, o que fez tombar as acções, deixando-as mais atractivas. Os Estados Unidos vão crescer mais depressa na saída da crise, o que significa que as taxas de juro vão subir primeiro do lado de lá do Atlântico. Perante este dilema, onde investir?

A primeira questão é a de saber se as bolsas vão continuar a subir. A generalidade dos analistas acredita que sim, embora os próximos meses prometam maior instabilidade.

Numa nota divulgada esta semana, o Citigroup nota que, historicamente, os retornos são substancialmente mais baixos nos 12 a 24 meses depois do início de um ciclo de subida. Recorde-se que, quer o índice americano S&P 500, quer o europeu Stoxx 600, já se valorizaram mais de 60% desde os mínimos registados há pouco mais de um ano. Para o banco americano, um investidor que entre agora no mercado não irá arrepender-se, desde que modere as suas expectativas. Recomenda, por isso, "comprar nas correcções".

O Barclays também está optimista. No Global Outlook deste mês, os estrategas do banco dizem esperar uma correcção no segundo trimestre, com os investidores a reagirem à normalização da política monetária nos Estados Unidos, com a retirada de alguns estímulos pela Reserva Federal. O segundo semestre já deverá ser mais positivo.

Havendo uma perspectiva de valorização das acções, qual das regiões escolher? Se o critério for o crescimento da economia, os EUA ganham vantagem. De acordo com as previsões de Janeiro do FMI, a economia americana deverá crescer 2,7% este ano, enquanto a Zona Euro se fica por 1%. A taxa de desemprego, que nos dois casos deverá situar-se acima dos 10%, será ligeiramente superior na Europa.

Estando melhor a economia, isso não significa que as melhores oportunidades de investimento residam nos EUA. De acordo com as estimativas de mais de 1500 analistas, recolhidas pela agência Bloomberg , os lucros vão crescer 51% este ano, enquanto nas empresas do S&P 500 o aumento será de 25%.

Já as estimativas para a valorização global das acções nas duas regiões é semelhante. Os "preços-alvo" de 13 bancos de investimento para o índice americano apontam para uma subida de 7,3% este ano. A média das previsões para o Stoxx 600 de sete casas - entre elas a Morgan Stanley, o Citigroup ou o Goldman Sachs - atribui uma margem de progressão de 7,9%.

Outro factor que beneficia a Europa é o nível das cotações, em função dos lucros das empresas, mais baratos do que nos EUA. No Stoxx 600 pagam-se 13 vezes os resultados estimados para este ano. Do outro lado do Atlântico, a "factura" sobe para 14,85 vezes.

Se continua indeciso, a UBS tem a solução para o dilema: investir em empresas da Zona Euro com elevada exposição aos EUA. É a forma de aproveitar o crescimento mais robusto daquela economia. O banco acrescenta um ingrediente adicional: a valorização do dólar face ao euro, que contribui para aumentar os lucros das empresas com negócios americanos. Experian, AstraZeneca, Wolters-Kluwer e Daimler são acções com selo de "compra".





O que aproxima e separa as duas regiões

Com desempenhos semelhantes em bolsa no último ano, os analistas apontam para uma valorização maior nas bolsas europeias. Mas a diferença é ligeira. Já o crescimento económico será mais forte nos EUA, embora o "fardo" da dívida pública seja maior que no conjunto da Zona Euro.





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