Mais uma reunião decisiva | Wolfgang Schaüble, ministro das Finanças alemão (ao centro), vai estar no Eurogrupo e no Ecofin, segunda e terça. E no G20 na sexta.


O que se passar hoje no Eurogrupo pode marcar o sentimento dos mercados no resto da semana. Os ministros das Finanças da Zona Euro reúnem-se em Bruxelas para, espera-se, aprovarem o segundo pacote de ajuda financeira à Grécia, no valor de 130 mil milhões de euros. Se não o fizerem, ganharão força os receios de um incumprimento.

Na sexta-feira as acções europeias valorizaram perante a expectativa de que o Eurogrupo dê luz verde ao cheque que permitirá à Grécia reembolsar a linha de obrigações no montante de 14,5 mil milhões de euros que se vence a 20 de Março. Na terça-feira há reunião dos 27 ministros das Finanças da Zona Euro, onde a questão grega também estará em cima da mesa. A confirmar-se a decisão de apoiar Atenas, os níveis de ansiedade nas praças europeias tenderão a diminuir.

As previsões da Comissão Europeia para o PIB na Zona Euro e para os 27 Estados-membros podem esfriar os ânimos. Depois de a Zona Euro ter registado no quarto trimestre a primeira contracção desde 2009, é esperado que Bruxelas reveja em baixa as estimativas económicas. Um dia antes, é conhecido o índice de actividade na indústria e serviços nos países do Euro, mais um termómetro ao efeito da crise soberana na temperatura da economia.

Nos EUA vão ser divulgados dados sobre o mercado imobiliário e, no final da semana, o índice de confiança dos consumidores da Universidade de Michigan. Na China vão ser publicados os dados preliminares sobre a actividade na indústria em Fevereiro, compilados pela HSBC e a Markit Economics. Nos últimos três meses registou-se uma contracção, que aponta para um abrandamento da economia.

Resultados da banca e telecoms
A apresentação de resultados do quarto trimestre prossegue nos próximos dias. Nos EUA, a Wal-Mart e a Home Depot deverão na terça-feira anunciar um aumento dos lucros, fruto do aumento das vendas e corte nos custos. Os número serão também reveladores de uma maior confiança dos consumidores americanos.

Na Europa, France Telecom e Deutsche Telecom prestam contas, na quarta e quinta-feira. Os lucros deverão registar uma ligeira quebra, segundo os analistas consultados pela Bloomberg, com os efeitos da crise na Zona Euro a pesarem nos resultados.

São também conhecidas as contas de dois bancos britânicos. Royal Bank of Scotland e Lloyds deverão voltar a ter prejuízos em 2011, penalizados pelas provisões, nomeadamente para tapar as perdas nos seguros de capital garantido subscritos pelos clientes.

A semana termina como começou, com mais uma reunião de ministros das Finanças, desta vez dos países do G20. A crise da dívida na Zona Euro e o impacto na economia mundial será o principal tema da agenda.