Notícia
3 alternativas aos produtos do Estado
Durante anos, os portugueses confiaram as suas poupanças ao Estado. Primeiro, através dos certificados de Aforro e, mais recentemente, através dos do Tesouro. Mas o contexto actual exige cautela redobrada. Portugal não é sinónimo de segurança. Conheça as melhores alternativas para ter o seu dinheiro "fechado a cadeado", mas a render.
21 de Abril de 2011 às 08:44
Portugal é, cada vez mais, considerado um risco pelos investidores, principalmente para aqueles que "apostam" na dívida. A mesma que o Estado tem vendido aos portugueses, sob a forma de produtos de poupança, como os certificados de Aforro e os do Tesouro. A alternativa é recorrer aos produtos privados.
A escolha entre o Estado e as soluções da banca e seguradoras é difícil de fazer. Mesmo depois de o País ter solicitado ajuda externa, há dúvidas de que consiga pagar aos credores tudo o que deve. Ou seja, admite-se a possibilidade de Portugal ter de reestruturar a sua dívida. O que é que isto quer dizer? O País pode ver-se obrigado a negociar com os credores um prolongamento do prazo de reembolso da dívida. Ou mesmo um corte do montante que irá pagar. Risco a que estão expostos quer os grandes credores, como os pequenos, ou seja, os investidores particulares que investiram em certificados de Aforro e do Tesouro.
Optar pelas soluções dos privados também tem riscos. O "rating" dos bancos está próximo do nível pouco recomendável. Mas foi a classificação do Estado que arrastou a da banca. Mesmo na Irlanda, onde o problema central está no sector financeiro, as poupanças dos clientes foram salvaguardadas.
Os depósitos são a alternativa mais imediata - e também mais rentável - aos produtos de aforro do Estado. Uma das vantagens é que estão protegidos pelo Fundo de Garantia de Depósitos, até 100 mil euros por depositante.
A oferta é variada. E a concorrência tem vindo a aumentar, fruto da necessidade de liquidez do sector, num contexto em que os mercados de dívida estão fechados para os bancos nacionais. A solução? Além do Banco Central Europeu, as instituições têm procurado financiar-se junto dos clientes, elevando a remuneração dos depósitos para captarem mais recursos.
A taxa média praticada em Portugal está em máximos de 2009, nos 2,82%. Mas há bancos que estão a oferecer depósitos promocionais com juros brutos acima de 4%, ao ano. Um retorno elevado, embora não tão atractivo como o apresentado, por exemplo, pelos certificados do Tesouro. A taxa máxima destes está em 7,1%.
Já os certificados de Aforro, da nova série "C" ficam muito abaixo da remuneração dos depósitos. Com a rendibilidade indexada a Euribor a 3 meses, as novas subscrições rendem agora pouco mais de 1%. Já quem esteja a beneficiar dos prémios de permanência deve ponderar o "custo" de sair do produto do Estado.
Fundos e seguros
Para os investidores que tenham receio de entregar o dinheiro ao banco, os fundos podem ser uma opção. O facto de o património ser autónomo, significa que as poupanças estão sempre à disposição do aforrador, mesmo numa situação de insolvência da instituição.
Se o objectivo é fazer uma aplicação de baixo risco, os fundos de tesouraria são a opção mais indicada. No entanto, as rendibilidades são baixas, mesmo nos melhores produtos (ver gráfico em baixo). E convém ter presente que existe a possibilidade, embora reduzida, de perda de capital.
Ao escolher o fundo, verifique se investe em dívida pública de países em risco, dado que muitas soluções disponíveis nos bancos estão expostas aos títulos de Portugal.
Os seguros de capitalização, com capital garantido, também exigem uma selecção cuidada. As elevadas comissões cobradas podem anular o retorno obtido. A principal vantagem está na taxa liberatória de 8,6%, para investimentos com um prazo de oito anos e um dia.
Depósitos a prazo
"Stress" da banca rende mais juros nos depósitos para os clientes
As remunerações dos depósitos a prazo estão a subir. A taxa média, a um ano, está já nos 2,82%, mas há vários bancos com ofertas bem mais atractivas. É possível conseguir juros brutos anuais de mais de 4%, ainda assim, um retorno bastante inferior ao dos certificados do Tesouro do Estado.
Se não quer estar exposto à dívida do Estado, mesmo que através de produtos como os certificados de Aforro ou do Tesouro, os depósitos a prazo são a melhor opção para as suas poupanças. São seguros, e oferecem-lhe retornos interessantes.
As taxas de juro dos depósitos têm vindo a aumentar mês após mês. Uma subida explicada, essencialmente, pelo facto do sector ter centrado a aposta na captação de recursos dos seus clientes, num contexto de incapacidade de obtenção de financiamento nos mercados de dívida.
No final de Fevereiro, o juro médio praticado pelas instituições financeiras em Portugal subiu para 2,82%. Está mesmo em máximos de 2009. Esta é a taxa média, mas há bancos com ofertas bem mais atractivas. As melhores aplicações comercializadas actualmente chegam a pagar um juro bruto anual de mais de 4%. O Banco Popular, por exemplo, oferece um retorno médio de 4,5% ao ano, no "DP Popular".
Entre os bancos portugueses, o BPN é o melhor, com um juro de 4% no "DP Performance". Um retorno elevado, mas que ainda assim não se aproxima, sequer, da taxa auferida nos certificados do Tesouro. Quem os mantiver durante os 10 anos recebe um juro bruto de 7,1%.
Fundos de tesouraria
Colocar o dinheiro fora do balanço dos bancos
Os fundos de tesouraria são uma alternativa se quiser ter as poupanças fora dos bancos ou da dívida pública, embora as remunerações sejam inferiores às dos depósitos. As aplicações em fundos de investimento são património autónomo. Ou seja, apesar de aplicar o dinheiro no produto de um banco, ele pertence sempre ao cliente, não entrando no balanço da instituição.
Mas deve ter em conta que a maioria dos fundos de tesouraria geridos pelos bancos portugueses investem em obrigações nacionais. Uma das poucas excepções é o fundo Millennium Extra Tesouraria. Outra opção são os fundos de sociedades gestoras estrangeiras, que podem ter a vantagem de não investirem em depósitos em Portugal, que pode subscrever nos bancos "on-line". Embora sejam produtos de baixo risco, existe a possibilidade de perda de capital. Tenha em atenção que rendibilidades passadas não são garantia de ganhos futuros e verifique as comissões cobradas.
Seguros de capitalização
A escolha entre o Estado e as soluções da banca e seguradoras é difícil de fazer. Mesmo depois de o País ter solicitado ajuda externa, há dúvidas de que consiga pagar aos credores tudo o que deve. Ou seja, admite-se a possibilidade de Portugal ter de reestruturar a sua dívida. O que é que isto quer dizer? O País pode ver-se obrigado a negociar com os credores um prolongamento do prazo de reembolso da dívida. Ou mesmo um corte do montante que irá pagar. Risco a que estão expostos quer os grandes credores, como os pequenos, ou seja, os investidores particulares que investiram em certificados de Aforro e do Tesouro.
Os depósitos são a alternativa mais imediata - e também mais rentável - aos produtos de aforro do Estado. Uma das vantagens é que estão protegidos pelo Fundo de Garantia de Depósitos, até 100 mil euros por depositante.
A oferta é variada. E a concorrência tem vindo a aumentar, fruto da necessidade de liquidez do sector, num contexto em que os mercados de dívida estão fechados para os bancos nacionais. A solução? Além do Banco Central Europeu, as instituições têm procurado financiar-se junto dos clientes, elevando a remuneração dos depósitos para captarem mais recursos.
A taxa média praticada em Portugal está em máximos de 2009, nos 2,82%. Mas há bancos que estão a oferecer depósitos promocionais com juros brutos acima de 4%, ao ano. Um retorno elevado, embora não tão atractivo como o apresentado, por exemplo, pelos certificados do Tesouro. A taxa máxima destes está em 7,1%.
Já os certificados de Aforro, da nova série "C" ficam muito abaixo da remuneração dos depósitos. Com a rendibilidade indexada a Euribor a 3 meses, as novas subscrições rendem agora pouco mais de 1%. Já quem esteja a beneficiar dos prémios de permanência deve ponderar o "custo" de sair do produto do Estado.
Fundos e seguros
Para os investidores que tenham receio de entregar o dinheiro ao banco, os fundos podem ser uma opção. O facto de o património ser autónomo, significa que as poupanças estão sempre à disposição do aforrador, mesmo numa situação de insolvência da instituição.
Se o objectivo é fazer uma aplicação de baixo risco, os fundos de tesouraria são a opção mais indicada. No entanto, as rendibilidades são baixas, mesmo nos melhores produtos (ver gráfico em baixo). E convém ter presente que existe a possibilidade, embora reduzida, de perda de capital.
Ao escolher o fundo, verifique se investe em dívida pública de países em risco, dado que muitas soluções disponíveis nos bancos estão expostas aos títulos de Portugal.
Os seguros de capitalização, com capital garantido, também exigem uma selecção cuidada. As elevadas comissões cobradas podem anular o retorno obtido. A principal vantagem está na taxa liberatória de 8,6%, para investimentos com um prazo de oito anos e um dia.
Depósitos a prazo
"Stress" da banca rende mais juros nos depósitos para os clientes
As remunerações dos depósitos a prazo estão a subir. A taxa média, a um ano, está já nos 2,82%, mas há vários bancos com ofertas bem mais atractivas. É possível conseguir juros brutos anuais de mais de 4%, ainda assim, um retorno bastante inferior ao dos certificados do Tesouro do Estado.
Se não quer estar exposto à dívida do Estado, mesmo que através de produtos como os certificados de Aforro ou do Tesouro, os depósitos a prazo são a melhor opção para as suas poupanças. São seguros, e oferecem-lhe retornos interessantes.
As taxas de juro dos depósitos têm vindo a aumentar mês após mês. Uma subida explicada, essencialmente, pelo facto do sector ter centrado a aposta na captação de recursos dos seus clientes, num contexto de incapacidade de obtenção de financiamento nos mercados de dívida.
No final de Fevereiro, o juro médio praticado pelas instituições financeiras em Portugal subiu para 2,82%. Está mesmo em máximos de 2009. Esta é a taxa média, mas há bancos com ofertas bem mais atractivas. As melhores aplicações comercializadas actualmente chegam a pagar um juro bruto anual de mais de 4%. O Banco Popular, por exemplo, oferece um retorno médio de 4,5% ao ano, no "DP Popular".
Entre os bancos portugueses, o BPN é o melhor, com um juro de 4% no "DP Performance". Um retorno elevado, mas que ainda assim não se aproxima, sequer, da taxa auferida nos certificados do Tesouro. Quem os mantiver durante os 10 anos recebe um juro bruto de 7,1%.
Fundos de tesouraria
Colocar o dinheiro fora do balanço dos bancos
Os fundos de tesouraria são uma alternativa se quiser ter as poupanças fora dos bancos ou da dívida pública, embora as remunerações sejam inferiores às dos depósitos. As aplicações em fundos de investimento são património autónomo. Ou seja, apesar de aplicar o dinheiro no produto de um banco, ele pertence sempre ao cliente, não entrando no balanço da instituição.
Mas deve ter em conta que a maioria dos fundos de tesouraria geridos pelos bancos portugueses investem em obrigações nacionais. Uma das poucas excepções é o fundo Millennium Extra Tesouraria. Outra opção são os fundos de sociedades gestoras estrangeiras, que podem ter a vantagem de não investirem em depósitos em Portugal, que pode subscrever nos bancos "on-line". Embora sejam produtos de baixo risco, existe a possibilidade de perda de capital. Tenha em atenção que rendibilidades passadas não são garantia de ganhos futuros e verifique as comissões cobradas.
Seguros de capitalização
Uma opção com vantagem fiscal
Os seguros de capitalização são uma alternativa para poupanças de muito longo prazo. A sua vantagem reside sobretudo no facto de terem uma taxa liberatória reduzida para aplicações a oito anos e um dia. Em vez de 21,5%, na altura do resgate só paga 8,6%.
De resto, a rentabilidade esperada é muito inferior à que prometem os certificados do Tesouro. Os melhores fundos conseguiram retornos em torno de 3,5% nos últimos 5 anos.
Se procura uma alternativa aos produtos do Estado, deve optar por seguros de capitalização com garantia de capital. Mesmo nestes está exposto ao risco da seguradora entrar em insolvência. Antes de subscrever procure informar-se sobre o "rating" da companhia.
Os seguros de capitalização de capital garantido investem sobretudo em obrigações, mas ao contrário dos fundos, não é possível consultar a carteira de investimentos. As comissões elevadas "comem" uma boa parte da rendibilidade.