Os investidores continuaram em Agosto a resgatar fundos da ESAF, sociedade gestora que era do BES e foi integrada no Novo Banco.

Em Julho as subscrições líquidas da ESAF foram negativas em 748 milhões de euros, sendo que em Agosto o valor dos resgates (líquidos de subscrições) foi de 334,7 milhões de euros.

Os números publicados esta quinta-feira pela APFIPP mostram que desde Agosto do ano passado as subscrições líquidas dos fundos da ESAF foram negativas em 2,5 mil milhões de euros.

Esta fuga de capitais dos fundos da ESAF ficou a dever-se à forte instabilidade vivida no BES em Julho, que resultou no resgate do banco nos primeiros dias de Agosto. A gestora foi incorporada no Novo Banco, o que terá acalmado a onda de resgates, que ainda assim foram bastante elevados.

Com dois meses de elevados resgates, a ESAF tem agora apenas 1,3 mil milhões de euros sob gestão. Um valor que traduz uma quota de mercado de 10,7% e o quinto lugar no "ranking" das sociedades gestoras portuguesas. No final do ano passado tinha mais de 2 mil milhões de euros de activos sob gestão e uma quota de 16,6%, só inferior à Caixagest.

Em Agosto a ESAF foi superada pelo Santander Asset Management (13,2%) e Millennium BCP Gestão de Activos (12,3%). O BPI Gestão de Activos já ocupava o segundo lugar e conseguiu em Agosto o maior aumento de subscrições (3,8%), ao captar mais 71,6 milhões de euros.

A saída de fundos da ESAF contribuiu para que no total as subscrições líquidas voltassem a ser negativas em Agosto. Depois do saldo negativo de 1.067 milhões de euros em Julho, em Agosto as subscrições líquidas foram negativas em 419 milhões de euros.   

Os activos sob gestão das sociedades gestoras caíram 2,9% para 12.214 milhões de euros. No espaço de 12 meses a queda é de 10,6%.