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Fundos reforçam aposta na banca em Setembro
Os gestores reforçaram a aposta nos títulos do sector financeiro, com o BCP e o BPI a passarem a integrar o "top 3" das apostas em Lisboa. A Sonae continua a liderar as preferências.
Os fundos nacionais aumentaram a exposição ao sector financeiro, com o BCP e o BPI a passarem a integrar as principais apostas dos gestores, logo a seguir à Sonae. Juntos, os bancos captam cerca de 15% do capital das carteiras.
O BCP e o BPI substituíram a Nos e a Galp no "top 3" das apostas dos fundos na bolsa nacional, segundo os dados divulgados pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). O banco liderado por Fernando Ulrich ascendeu à segunda posição nas carteiras, com 7,8% do património, enquanto o BCP capta 7,4% do capital.
Este reforço no sector financeiro ocorreu num mês marcado por oscilações acentuadas na banca, devido aos receios em torno do Novo Banco depois do Banco de Portugal ter decidido adiar a venda da instituição. Apesar do clima de incerteza na bolsa, o BPI subiu 2% em Setembro, enquanto que o BCP tombou 31%, arrastado pelos receios em torno da conversão de créditos na Polónia e as preocupações crescentes em torno de um aumento de capital.
Ainda assim, Outubro marcou uma forte recuperação do BCP e do BPI, apesar da instabilidade dos últimos dias, depois de ambos os bancos anunciarem soluções para reduzir a exposição ao risco angolano. Enquanto o BPI propôs a criação de uma nova empresa, detida pelos seus accionistas, com os activos africanos, o BCP adiantou que pretende avançar com a fusão entre o Millennium Angola com o Atlântico, soluções que foram bem recebidas pelo mercado.
Além da banca, só a Sonae ocupa uma posição de maior relevo nas carteiras. A retalhista continua a ser a empresa preferida dos gestores, com 9,8% do investimento em acções negociadas na bolsa de Lisboa.
Investimento cai
O valor sob gestão dos organismos de investimento colectivo caiu 146,4 milhões de euros, para 8.389,4 milhões de euros, no final de Setembro. Já nos fundos de investimento alternativo, o montante gerido recuou 1,5% para 2.700,1 milhões de euros.
Num mês marcado pela reunião de política monetária da Reserva Federal dos EUA, o investimento em acções, mas também em dívida caiu. "Em acções de emitentes nacionais, o valor aplicado decresceu 3,4% para 211,6 milhões de euros, enquanto o valor aplicado em acções de emitentes estrangeiros caiu 4,9% para 878,5 milhões de euros", diz o mesmo documento.
Já nas obrigações, as aplicações em dívida estrangeira e nacional recuou 5,1% para 2.224,0 milhões de euros, e 5,1% para 169,8 milhões de euros. Mas foi no investimento em dívida pública nacional que a queda foi mais expressiva. O valor aplicado em obrigações portuguesas caiu 8,3% para 153,3 milhões de euros, com os gestores a reduzirem a exposição a estes activos antes das eleições legislativas de 4 de Outubro.