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Fundos imobiliários britânicos já começaram a vender património
A Henderson Global foi das primeiras a suspender a negociação dos seus fundos de investimento imobiliário na semana passada, citando a incerteza criada pelo Brexit. Agora avança para a venda de património.
A gestora britânica Henderson Global Investors - uma das sete que na semana passada suspenderam a negociação dos fundos de investimento com activos imobiliários no Reino Unido depois da volatilidade do Brexit -, colocou esta terça-feira à venda o primeiro imóvel da sua carteira.
Segundo a Reuters, que cita fonte próxima do processo, em causa está a sede do banco privado Coutts, instituição que por sua vez é detida pelo Royal Bank of Scotland. A propriedade, no centro de Londres, está à venda por 220 milhões de libras (262 milhões de euros à cotação actual), refere a agência.
Citando a "incerteza do Brexit" e o elevado número de amortizações realizado pelos seus clientes nos últimos dias, pelo menos sete gestoras anunciaram na semana passada a "suspensão temporária" dos seus fundos imobiliários com actividade no Reino Unido, deixando em suspenso mais de 21 mil milhões de euros em activos.
Na base deste comportamento está a expectativa de que a saída de grandes multinacionais do mercado britânico no pós-saída do Reino Unido da União Europeia tenha impacto na procura de edifícios de escritórios e comerciais, afectando negativamente o valor do património imobiliário e, por sua vez, a rentabilidade dos fundos, o que afasta os investidores.
A suspensão da negociação deverá permitir não apenas estancar a sangria de resgates dos clientes, como dar tempo às gestoras para reporem os níveis de capitalização "de uma forma controlada" e garantirem que a eventual venda de activos é feita a "valores razoáveis".
No caso da Henderson Global, ficaram com negociação interrompida os títulos e o seu fundo imobiliário, que tem investimentos em 178 propriedades comerciais britânicas e gere activos no valor de 5.700 milhões de euros.
O organismo responsável por receber as queixas dos investidores sobre serviços financeiros no Reino Unido disse na altura que as suspensões anunciadas eram "verdadeiramente perturbadoras".