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CMVM: Exposição dos investidores nacionais à Rússia e Ucrânia é "reduzida"
Uma análise realizada pelo regulador do mercado português mostra que a exposição dos fundos e de carteiras individuais sob gestão aos países envolvidos no conflito é "pouco relevante". CMVM recomenda "prudência" aos investidores.
A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) fez uma avaliação do nível de exposição direta dos fundos de investimento e ativos sob gestão aos países envolvidos no conflito na Europa e concluiu que a exposição é "pouco relevante". Ainda assim, o regulador recomenda prudência aos investidores.
"A exposição do mercado e dos investidores nacionais a entidades e ativos mais afetados pelo conflito é reduzida, e a generalidade dos mercados internacionais relevantes para Portugal, ainda que registando níveis de volatilidade mais elevados, continua a funcionar com normalidade", conclui o regulador do mercado de capitais português, na sequência de uma monitorização para avaliar potenciais impactos do conflito nos investimentos em Portugal.
De acordo com um comunicado divulgado pela entidade liderada por Gabriel Bernardino, a exposição direta dos fundos de investimento e carteiras individuais sob gestão aos países envolvidos no conflito, bem como a exposição indireta por via da detenção de participações em fundos estrangeiros, nomeadamente, de mercados emergentes é, no geral, "pouco relevante".
Face ao ambiente de grande instabilidade criado pelo conflito, o supervisor nacional pediu às sociedades gestoras "a prestação de informação imediata sobre quaisquer alterações relevantes e o reforço no exercício das funções de gestão de riscos".
"A CMVM está a analisar em permanência a evolução global dos mercados internacionais e dos seus indicadores de volatilidade e de liquidez, bem como o comportamento dos mercados sujeitos à supervisão direta da CMVM e das entidades que neles negoceiam", refere a entidade no mesmo documento.
O regulador refere ainda que está a acompanhar diariamente a atuação dos investidores com estratégias de posições curtas sobre ações, "sem que no geral se tenham verificado situações anómalas, quer quanto à evolução geral, quer quanto a emitentes concretos".
Quanto aos emitentes com exposição à região, a CMVM realça que "as sociedades emitentes cotadas deverão, de forma proativa, garantir que tornam pública, dentro dos parâmetros legais, toda a potencial informação privilegiada decorrente de efeitos da atual crise e deverão igualmente garantir que os seus relatos de informação financeira expressam, na medida do possível, impactos diretos e indiretos, atuais e prospetivos do conflito, incluindo os decorrentes de sanções".
O regulador avisa ainda que os emitentes devem estar informados sobre as sanções impostas à Rússia e garantir a sua aplicação.
A CMVM deixa ainda um último alerta a investidores e entidades, recomendando um cuidado especial com a cibersegurança e o reforço dos "mecanismos de vigilância e a resposta a potenciais eventos que possam afetar a sua atividade ou a integridade da sua informação".
Notícia atualizada às 10h