Muita coisa mudou no último ano: as acções começaram a recuperar o tempo perdido com a crise financeira, o ouro e outras mercadorias continuam a registar máximos históricos e os depósitos são reis e senhores das poupanças de muitos aforradores que não querem arriscar neste cenário de incerteza. Os portefólios estão a ajustar-se a novas realidades e novos riscos que antes não assombravam os investidores. Conheça os fundos que estão a reunir mais consenso nas economias familiares de todo o mundo, a começar por Portugal.



Caixa Fundo Monetário

Rendibilidade 12 meses: 0,60%
Comercialização: Caixa Geral de Depósitos

Os fundos especiais de investimento, organismos com mais liberdade regulatória, são dos poucos cuja popularidade tem aumentado: as aplicações nestes produtos nacionais cresceu 14,43 por cento no último ano. Ao valer mais de 375 milhões de euros, o Caixa Fundo Monetário é o maior fundo especial de investimento. E o que tem de especial? Apenas investe em depósitos a prazo da Caixa Geral de Depósitos.

A ideia era que, juntando o dinheiro de muitas pessoas, se conseguisse taxas de juro elevadas nos depósitos. Porém, a rendibilidade do último ano do Caixa Fundo Monetário foi de 0,60 por cento, inferior a muitos depósitos a prazo do mercado.

HSBC Indian Equity

Rendibilidade 12 meses: 29,40%
Comercialização: Banco Best

A sociedade gestora do HSBC é também a eleita pela maioria dos investidores quando é preciso satisfazer o aforro na terceira inicial dos BRIC: a Índia. O Fundo Monetário Internacional estima que a segunda nação mais populosa cresça 9,7 por cento em 2010 e 8,4 por cento em 2011. Para beneficiar dessa dimensão, Sanjiv Duggal, o gestor do HSBC Indian Equity, está particularmente exposto aos sectores dos materiais, dos serviços financeiros e dos bens de consumo. Este fundo foi o que menos rendou na classe no último ano. Mesmo assim, ganhou quase 30 por cento.

Templeton Global Bond

Rendibilidade 12 meses: 14,44%
Comercialização: ActivoBank, Banco Best

Os investidores de todo o mundo estão a refugiar- -se nos melhores fundos de obrigações globais.

O Templeton Global Bond é o maior fundo desse tipo comercializado em Portugal. Vale 24,5 mil milhões de euros, quase tanto como todos os fundos portugueses juntos. O gestor Michael Hasenstab está mais voltado para a dívida pública, em particular da Coreia do Sul, da Austrália e da Malásia. Este produto tem um irmão mais direccionado para os investidores europeus, o Templeton Global Bond (Euro), que actualmente está enviesado para a Finlândia, França e Alemanha.

BNP Paribas L1 Equity Turkey

Rendibilidade 12 meses: 46,12%
Comercialização: Banco Best

Não é por acaso que os investidores estão particularmente atentos à evolução da economia e da bolsa da Turquia. É que fundos como o BNPP L1 Equity Turkey duplicaram a cotação em 2009. A aproximação do país euro-asiático à União Europeia é vista como uma fonte de crescimento futuro para as empresas locais. Mathieu Negre, o responsável pela administração do produto, acredita que o sector financeiro é o que tem maior potencial. As acções eleitas nesse negócio, como do Türkiye Is Bankasi e do Garanti Bankasi, representam cerca de 44 por cento do portefólio.

HSBC Brazil Equity

Rendibilidade 12 meses: 20,38%
Comercialização: Banco Best

Depois de uma grande euforia em torno dos fundos BRIC, que investem em quatro grandes economias com forte potencial de crescimento (Brasil, Rússia, Índia e China), os investidores portugueses, tal como lá fora, estão mais selectivos. Agora, os aforradores estão a optar por investir directamente nos fundos de acções do Brasil, que se estreiam nas listas dos produtos mais subscritos nos supermercados de fundos. A continuidade política que se espera em Terras de Vera Cruz, com a presidente-eleita Dilma Rousseff, é uma das principais razões. O HSBC Brazil, além de ser um dos maiores fundos da classe, é um dos mais rentáveis.

BlackRock World Gold

Rendibilidade 12 meses: 34,56%
Comercialização: ActivoBank, Banco Best, Banco Big, Deutsche Bank, Millennium bcp

A valorização do ouro não tem passado ao lado dos participantes dos fundos de investimento. Embora já haja produtos que investem nas mercadorias (especialmente através de contratos de derivados), os aforradores preferem seleccionar fundos que apostas em companhias auríferas. É o caso do BlackRock World Gold. O gestor Evy Hambro escolhe acções de empresas como a australiana Newcrest Mining, a canadiana Kinross Gold e a peruana Buenaventura Mining.
O fundo apresenta uma rendibilidade anual líquida superior a 20 por cento na última década.