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Wirecard dispara quase 200% com investidores a aproveitarem "saldos"
Durante o fim de semana, a Wirecard afirmou que vai continuar a atividade apesar da situação gravosa que atravessa.
A alemã Wirecard, cujos ganhos das ações desde o início do ano ficaram quase anulados na sequência de um escândalo financeiro, volta à ribalta com um salto de quase 200%, face a notícias que há investidores interessados na compra da empresa, agora que esta entrou em processo de insolvência mas pretende manter a atividade.
Os títulos da Wirecard chegaram a valorizar 194% para os 4,15 euros durante a sessão, seguindo agora a subir 81,55% para os 2,556 euros. Nas sete sessões anteriores, o preço da cotada havia caído cerca de 98%.
A reviravolta em bolsa dá-se depois de a publicação alemã Frankfurter Allgemeine Zeitung ter avançado que há interesse da parte de fundos de capital de risco e da francesa Worldline em comprar ativos da empresa de pagamentos germânica.
Durante o fim de semana, a empresa afirmou que espera contar com um administrador de insolvência em breve, e assegurando que a Wirecard vai continuar a respetiva atividade apesar da situação gravosa que esta atravessa.
Os alarmes soaram pela primeira vez há duas semanas, quando a auditora EY se recusou a subscrever o relatório financeiro de 2019. Desde então, as más notícias chegaram em catadupa: a Wirecard admitiu que havia sido descoberto um buraco de 1,9 mil milhões de euros em cash no balanço da empresa; o CEO, Markus Braun, demitiu-se do cargo; a empresa assumiu que os milhões em causa provavelmente nunca existiram e, finalmente, Braun foi detido, acusado pelo Mistério Público alemão de inflacionar artificialmente o balanço e as receitas da companhia alemã. Este saiu em liberdade após algumas horas, depois de pagar uma fiança de 5 milhões de euros.