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Wall Street ainda não conseguiu recuperar empregos perdidos com 11 de Setembro

Nos dias que se seguiram à morte de 658 dos seus empregados, há cinco anos, Howard Lutnick entrou numa corrida de contratações. O presidente da Cantor Fitzgerald recrutou 12 pessoas por dia durante uma semana, para que a empresa pudesse estar presente qua

13 de Setembro de 2006 às 10:25
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Nos dias que se seguiram à morte de 658 dos seus empregados, há cinco anos, Howard Lutnick entrou numa corrida de contratações. O presidente da Cantor Fitzgerald recrutou 12 pessoas por dia durante uma semana, para que a empresa pudesse estar presente quando as bolsas reabrissem na segunda-feira seguinte, 17 de Setembro de 2001.

Na Sandler O’Neill & Partners, onde 66 pessoas morreram, os gestores da empresa recorreram a amigos e clientes para conseguirem reconstituir o seu "staff".

Actualmente, as casas de investimento de Nova Iorque continuam ainda num processo de recuperação. Nos meses que se seguiram aos ataques do 11 de Setembro contra o World Trade Center e o Pentágono, os empregos na indústria bolsista nova-iorquina diminuíram em 13%. Há uma década, os empregos na área financeira na cidade de Nova Iorque representavam 28% de todos os postos de trabalho nesta indústria nos EUA, mas actualmente aquela cidade apenas representa 22% desses mesmos empregos, segundo a Securities Industry Association (SIA).

"Recuperámos bastante depressa, superando os efeitos físicos imediatos do 11/9", comentou à Bloomberg o economista-chefe da SIA, Frank Fernandez, salientando contudo que "não recuperámos totalmente em termos de reabilitação de todos aqueles empregos.

As cinco empresas de topo de Wall Street – Goldman Sachs, Morgan Stanley, Bear Stearns, Merrill Lynch e Lehman Brothers – anunciaram lucros agregados recorde nos últimos dois anos e vão a caminho do terceiro ano com igual desempenho. No entanto, esta expansão não se traduziu numa plena retoma dos empregos do sector financeiro em Nova Iorque, onde o nível de emprego está 11% abaixo do seu pico de Dezembro de 2000, de acordo com a SIA.

A cidade de Nova Iorque perdeu cerca de 15 mil empregos no sector dos serviços financeiros como resultado directo dos ataques terroristas de 11 de Setembro. Alguns perderam-se definitivamente em Nova Jérsea, Connecticut ou Londres, afirmou Fernandez.

Novas sedes

A Morgan Stanley comprou, em 2002, uma sede em White Plains, Nova Iorque, a Norte de Manhattan. A empresa, que era a principal "inquilina" do World Trade Center, afirmou na altura que a maior parte dos seus 14 mil empregados da cidade de Nova Iorque ali permaneceriam. Actualmente, cerca de 1.500 trabalham em White Plains.

Muitos mais empregos desapareceram em Nova Jérsea. Inicialmente, este Estado absorveu mais de 14 mil trabalhadores, quando as empresas de investimento de Nova Iorque recolocaram as pessoas para poderem continuar a funcionar logo a seguir ao 11 de Setembro. Aproximadamente cinco mil regressaram a Nova Iorque durante o primeiro semestre de 2002, de acordo com um relatório elaborado pelo Painel de Conselheiros Económicos de Nova Jérsea.

A Cantor Fitzgerald e a Sandler O’Neill nunca colocaram a hipótese de sair de Nova Iorque.

Necessidades mudam

A Cantor contratou cerca de 250 pessoas no ano passado e está a planear recrutar mais 300, segundo Lutnick. Globalmente, a empresa contratou mil pessoas nos últimos 18 meses.

Apesar de algumas empresas, como a Cantor, estarem a contratar, o panorama em geral não é de rápido crescimento. Alguns dos empregos perdidos no sector financeiro da cidade de Nova Iorque devem-se mais às tendências do negócio nos Estados Unidos.

"As categorias laborais estão a desaparecer", explica Fernandez à Bloomberg. Em termos nacionais, o número de assistentes administrativos e secretárias de direcção no sector norte-americano das "securities" diminuiu em 3.000 nos últimos três meses, e Nova Iorque espelha essa tendência, afirmou o mesmo responsável. No que diz respeito à indústria dos serviços a clientes, o número de trabalhadores passou de 41.600 em 2003 para 35.200 actualmente.

Especialistas

As novas contratações, tanto em Nova Iorque como no resto do país, tendem a ser especialistas, tal como operadores dos mercados de derivados ou outros que geram receitas em transacções de margens elevadas.

Cinco anos após o 11 de Setembro, as empresas financeiras de Nova Iorque estão a fazer mais com menos pessoas, uma vez que os lucros aumentaram enquanto o número de ordenados a pagar diminuiu. Algumas das principais companhias financeiras têm actualmente menos empregados do que em 2001, de acordo com os reguladores do sector.

A Merrill Lynch, por exemplo, tinha 54.600 empregados em todo o mundo no final do ano passado, o que correspondia a menos 5% face a 2001. A força de trabalho da Morgan Stanley é agora 3% mais reduzida do que em 2001. Em cinco anos, o número de empregados da Goldman Sachs não aumentou. As três empresas anunciaram entretanto grandes aumentos em termos de activos, vendas e resultado líquido por cada mil empregados, demonstrando assim ganhos de produtividade.

Há outra forma de avaliar os sinais vitais do sector financeiro da cidade de Nova Iorque. O rácio de espaço livre para escritórios no centro de Manhattan vai em breve cair abaixo dos 10%, pela primeira vez desde 11 de Setembro de 2001, de acordo com um relatório da Jones Lang LaSalle, o maior intermediário imobiliários dos Estados Unidos.

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