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UBS antecipa colapso de 35% das acções europeias com vitória de Le Pen

Os analistas do UBS consideram que as eleições presidenciais em França são o evento com maiores riscos políticos para a Zona Euro, este ano, devido à popularidade da líder da Frente Nacional.

Reuters
28 de Março de 2017 às 14:36
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Uma forte queda dos índices bolsistas da Zona Euro, uma depreciação acentuada da moeda única e a subida dos juros da dívida na Europa. É este o cenário antecipado pelos analistas do UBS, no caso da vitória improvável da líder da extrema-direita francesa Marine Le Pen nas eleições marcadas para 23 de Abril (primeira volta) e 7 de Maio (segunda volta).

 

Num relatório divulgado esta terça-feira, 28 de Março, o UBS destaca que as eleições presidenciais francesas representam o evento com maiores riscos políticos para a Zona Euro, este ano, devido à popularidade de Le Pen, que tem como ponto central do seu programa a retirada do país da Zona Euro.

 

Ainda que as sondagens atribuam uma baixa probabilidade à vitória da líder da Frente Nacional na segunda volta das eleições, os analistas do UBS consideram que o impacto desse resultado nos mercados financeiros "é demasiado importante para ser ignorado".

 

"A assunção do cargo de presidente por um político cujo principal objectivo é a retirada de França da Zona Euro/UE implica riscos significativos e difíceis de prever, com potenciais efeitos de repercussão globais", referem os analistas no relatório, citado pela Reuters.

 

"Além disso, a importância sistémica de França para o projecto europeu é tal que a margem para a limitação dos danos pode ser muito mais pequena do que foi na Grécia, no passado, ou do que seria no caso de Espanha, ou mesmo Itália", acrescentam.

 

No caso de Le Pen sair mesmo vencedora das eleições em França, os analistas do UBS traçam dois cenários: um em que os efeitos se estendem aos mercados globais, e outro em que o Banco Central Europeu consegue limitar os efeitos à Europa. No primeiro, que implicaria maior volatilidade, os índices bolsistas da Zona Euro poderiam cair até 35%, o euro desceria 10% e as obrigações europeias de alto rendimento recuariam até 17%.

 

Se as consequências forem limitadas à Europa, o impacto nos mercados emergentes seria cerca de metade do cenário de choque global, com as acções e as divisas desses mercados a enfrentarem uma descida de 17% e 8%, respectivamente.

 

No cenário oposto – em que Le Pen é derrotada por um dos seus principais adversários – os activos da Zona Euro poderão registar subidas "substanciais", de acordo com o UBS.

 

A mais recente sondagem da Ipsos, realizada no domingo e segunda-feira, mostra que Le Pen e Macron reúnem 25% e 24% das intenções de voto, na primeira volta, e que Macron garantirá uma vitória confortável na segunda volta, a 7 de Maio. 

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