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Tecnológicas, pouca procura por dívida e fraco "guidance" desanimam Wall Street
Receios económicos voltaram a instalar-se entre os investidores devido às fracas perspetivas dadas por algumas empresas norte-americanas nos resultados.
Os sinais iniciais eram de uma continuação da recuperação, mas os principais índices de Wall Street acabaram por ceder os ganhos da abertura e fechar a sessão no vermelho esta quarta-feira, pressionados pelo fraco "outlook" dado por algumas empresas nos resultados empresariais.
O S&P 500 perdeu 0,77% para 5.199,52 pontos, enquanto o Dow Jones Industrial Average desceu 0,60% para 38.763,45 pontos. As grandes tecnológicas voltaram a ser as mais penalizadas, com o índice tecnológico Nasdaq Composite a recuar 1,05% para 16.195,80 pontos.
Os resultados de algumas cotadas reanimaram alguns receios sobre o estado da economia norte-americana, travando a retoma face às quedas do início da semana, que parecia ganhar ímpeto após o desempenho positivo dos índices na terça-feira.
A Supermicro, empresa de servidores que tem uma parceria com a Nvidia, dececionou os investidores nas estimativas de vendas, afundando 20,14%.
A Airbnb recuou 13,38%, depois de ter sinalizado receios sobre a procura por alojamento nos EUA e falhado as previsões de receitas.
E a Disney, apesar de ter tornado rentável o segmento de streaming um trimestre antes do previsto, caiu 4,47%, depois de ter alertado sobre o abrandamento da unidade de parques temáticos.
Contudo, há mais fatores a ensombrar os mercados. "Houve alguma tranquilização nos últimos dias de que as coisas tinham acalmado um pouco. Mas há ainda alguns desconhecidos no horizonte, como o que há ainda por desfazer no ‘carry trade’ do iene, assim como as contrariedades geopolíticas", refere Charlie Ripley, estratega sénior de investmento da Allianz Investment Management, citado pela CNBC.
Além disso, um fraco leilão de dívida norte-americana, em que a procura de obrigações a 10 anos ficou abaixo das expectativas, também terá pressionado os mercados, depois da recuperação motivada pela garantia por parte do Banco do Japão de que não vai aumentar as taxas de juro novamente em tempos de turbulência dos mercados – o que estava a atemorizar os investidores.