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Só quatro em cada 10 universitários tem conhecimentos financeiros. E há casos de sobrevalorização

Os maiores níveis de literacia financeira encontram-se entre homens, trabalhadores por conta de outrem, com 26 a 35 anos e mestrado, MBA ou doutoramento, que recebam mais de 2.500 euros. Já as mulheres, a frequentar o ensino superior, com menos de 26 anos e salário inferior têm os mais baixos.

Miguel Baltazar
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Têm mais escolaridade do que a generalidade da população portuguesa, mas demonstram, ainda assim, "algumas deficiências" ao nível da literacia financeira e da literacia digital. Esta é a conclusão do quinto inquérito da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) à população universitária, que se realizou online entre 19 de março e 30 de abril, junto de 2.550 pessoas e cujas conclusões foram divulgadas esta quarta-feira.

Relativamente a conhecimentos sobre mercados e produtos financeiros, 38,5% dos respondentes afirmam-se conhecedores ou muito conhecedores destas matérias, e 67,4% consideram que os respetivos conhecimentos são superiores ou muito superiores aos da média da população portuguesa. Contudo, "em alguns casos, a autoavaliação de conhecimentos financeiros não é coincidente com os conhecimentos e atitudes demonstrados", indica o relatório do supervisor.

Os maiores níveis de literacia financeira se encontram-se entre os que se identificam como homens, trabalhadores por conta de outrem, com idade entre 26 e 35 anos, que concluíram o mestrado, MBA ou doutoramento, e com rendimento líquido mensal do agregado familiar superior a 2.500 euros. Por seu turno, os níveis de literacia financeira mais baixos encontram-se nos que se identificam como mulheres, a frequentar o ensino superior, com menos de 26 anos e com rendimento mais baixo (até 2.500 euros).

No que diz respeito à escolha de produtos financeiros de investimento, os critérios mais referidos são o risco e a rentabilidade desses produtos financeiros (referidos por 84,0% e 83,1%, respetivamente, de respondentes).

Já as questões ligadas à sustentabilidade "têm pouca expressão nesta amostra", refere o relatório. Na escolha dos produtos financeiros de investimento, os critérios menos referidos foram as características sociais e as ambientais desses produtos financeiros (2,3% indicaram estes dois critérios e 13,3% indicaram um deles). As características sociais do produto financeiro de investimento e a rapidez do ganho são mais referidas pelos mais jovens (até 25 anos).

Quase metade (47,2%) dos inquiridos desconhecem os produtos de investimento sustentáveis. Os 12,9% de respondentes que conhecem e têm ou já tiveram produtos de investimento sustentáveis têm melhores conhecimentos financeiros e digitais e, no momento de escolher um produto financeiro de investimento, dão relativamente mais importância às características ambientais, verdes ou ecologicamente responsáveis do produto de investimento.

Por último, a CMVM concluiu ainda que "os meios digitais são usados especialmente para pagar compras e serviços e consultar saldos bancários". No que diz respeito à negociação de instrumentos financeiros, cerca de 48,6% dos respondentes afirmam nunca negociar ações, obrigações e fundos de investimento através de ferramentas digitais e 73,5% nunca negoceiam CFD, ETC, warrants, opções, futuros e outros produtos financeiros complexos com base nestas plataformas.

"Entre os utilizadores de meios digitais encontram-se mais frequentemente respondentes com baixa literacia digital, tornando-os mais suscetíveis a más decisões (excesso de transações, por exemplo)", acrescenta, no documento divulgado durante a Semana Mundial do Investidor.

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