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SIBS responde à Easypay: "Pretende-se atrair múltiplas entidades para a plataforma" de pagamentos
A Easypay criticou, esta terça-feira, a plataforma de "open banking" lançada pela SIBS, argumentando que a mesma não é composta por "fintech".
A SIBS lançou, há três semanas, a plataforma de "open banking" que permite que sejam aplicadas as regras da nova diretiva dos pagamentos, a PSD. Uma solução que a Easypay qualificou, esta terça-feira, de "pouco ambiciosa", criticando a falta de abertura para as fintech. Mas a dona do Multibanco já respondeu e sublinhou que o objetivo é que "múltiplas entidades" adiram à plataforma.
Numa sessão de esclarecimento aos jornalistas sobre API e a PSD 2, Sebastião Lancastre frisou, esta terça-feira, que as "fintech" não fazem parte da plataforma da SIBS. "Acho isso gravíssimo. Dizemos que temos uma postura colaborativa e depois fazemos o contrário. Queremos transmitir que somos ‘open’ (abertos), mas o que temos é fechado", realçou. O CEO da Easypay revelou ainda que não teve nenhum contacto por parte da SIBS.
"O serviço está disponível para qualquer entidade, estando, portanto, a SIBS em conversações com vários TPP (‘Third Party Providers’), dando-lhes a conhecer os fatores distintivos que tornam a plataforma da SIBS ímpar entre os seus pares europeus", esclareceu fonte oficial da SIBS ao Negócios.
"À data de apresentação da plataforma, a SIBS referiu que já estavam integradas na plataforma 18 entidades financeiras de referência, mas nunca foi referido serem as únicas que poderiam usufruir do serviço. Aliás, e pelo contrário, sendo o primeiro passo para ser criado um ecossistema nacional que permitirá mudar o paradigma do sistema financeiro, e criar um novo capítulo do sistema de pagamentos nacional, pretende-se atrair múltiplas entidades para esta plataforma", realçou a mesma fonte.
De acordo com a dona da rede Multibanco, liderada por Madalena Cascais Tomé (na foto), "o SIBS API Market dá assim oportunidade à comunidade bancária e novos prestadores de serviços de pagamento, de desenvolverem serviços inovadores e modelos de negócio de valor acrescentado impulsionando assim o ecossistema de pagamentos e serviços financeiros".
A SIBS frisa ainda que teve "informação pública" que "ainda não existem TPP [entidades fornecedoras de serviços de pagamentos] registados junto do Banco de Portugal, o que demonstra que não há entidades preparadas para aceder às API [interface de programação de aplicações] em conformidade com a PSD 2 [a nova diretiva dos pagamentos], já que este requisito é obrigatório".