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SEC publica comunicado falso de IPO para educar investidores

A SEC, o regulador do mercado de capitais norte-americano, publicou um comunicado de imprensa falso para angariar investidores para uma Oferta Pública Inicial (IPO) com o objectivo de mostrar o quão vulneráveis estão a esquemas fraudulentos.

26 de Janeiro de 2002 às 13:59
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A Securities Exchange Commission (SEC), o regulador do mercado de capitais norte-americano, publicou um comunicado de imprensa falso para angariar investidores para uma Oferta Pública Inicial (IPO) com o objectivo de mostrar o quão vulneráveis estão a esquemas fraudulentos.

Numa declaração distribuída pela PR Newswire Association (PRN), a McWhortle Enterprises, que o comunicado de imprensa descreve como uma fabricante de equipamento anti-terrorista, anunciava que a SEC tinha «pré-aprovado» a operação de dispersão do capital em Bolsa, que deveria ocorrer a 30 de Janeiro.

A PRN concordou em divulgar o comunicado, no pressuposto de que avisaria a Reuters, Bloomberg e Dow Jones, as maiores agências financeiras mundiais, de que o mesmo era falso.

Quem ligar para o número de telefone fornecido no comunicado como sendo o da McWhortle ouvirá a seguinte mensagem do Gabinete da Educação para o Investidor da SEC: «Vê? Você podia ter sido enganado».

Se o investidor aceder ao «site» de Internet da McWhortle no «link» que supostamente direcciona o cibernauta para os resultados financeiros da empresa verá uma mensagem que lê: «Se respondeu a uma ideia de investimento como esta... podia ser aldrabado!» Aquele «link» direcciona depois o investidor para o «site» da SEC que relata histórias de fraudes de investimento.

A ideia da SEC é alargar a consciência dos investidores privados para investimentos fraudulentos através da Internet, apesar de alguns investidores institucionais não terem concordado com esta medida.

Nos últimos três anos, a PairGain Technologies, a Lucent Technologies, a Emulex e outras empresas foram alvo de comunicados falsos distribuídos quer através da Internet quer através notícias electrónicas ou serviços noticiosos. A maioria dos responsáveis pelos mesmos foram trazidos à justiça pelas autoridades competentes.

Quando questionado sobre a ética da PRN em concordar com a distribuição deste comunicado falso, o presidente da empresa, David Armons afirmou que «a credibilidade do nosso serviço é muito importante para nós e a transmissão de um comunicado falso não é algo que façamos de ânimo leve».

A PRN distribui comunicados para mais de 3.500 «sites» de Internet e cerca de um milhão de ecrãs das várias agências noticiosas financeiras.

«Temos um dispositivo enorme para evitar este tipo de situações na vida real na nossa empresa (PRN)», justificou David Armon. Fazemos isto porque a SEC é um parceiro e porque o objectivo é educar os consumidores», acrescentou aquele responsável.

Barbara Roper, directora da protecção dos investidores da Federação de Consumidores da América, descreveu esta iniciativa como sendo «muito criativa», acrescentando que a ideia «não é de forma alguma aproveitar-se das pessoas, mas sim educar o público».

A mesma responsável afirmou não haver qualquer tipo de problemas éticos relacionados com esta ideia.

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