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Real cai quase 8% com receios de perda de empréstimos do FMI
A moeda brasileira, o real, atingiu hoje um novo mínimo contra o dólar, após uma desvalorização de quase 8%, com receios que o Fundo Monetário Internacional não conceda mais empréstimos à maior economia da América Latina.
Cada dólar valia 3,25 reais, mais 7,88% que na última sessão, o valor mais elevado desde que a moeda brasileira foi criada em 1994.
Os investidores receiam que o FMI não realize novos empréstimos ao Brasil até que estejam concluídas as eleições presidenciais de Outubro, onde dois candidatos de esquerda são os mais bem colocados para a vitória.
A agravar a situação, Paul O"Neill, secretário de Estado do Tesouro dos EUA, recomendou ontem às economias emergentes, como o Brasil, que adoptem políticas económicas saudáveis, negando o apoio a novos empréstimos ao Brasil.
A possibilidade de os candidatos de esquerda governarem o Brasil nos próximos anos têm afectado os mercados capitais do país, sobretudo o monetário e o de obrigações.
As obrigações brasileiras também seguiam em queda, com os investidores a temerem que o país não consiga pagar a dívida pública. O"Neill comparou a situação económica brasileira à da Argentina.
A obrigação «benchmark», com maturidade em 2014 caia 2,89%, colocando o «yield» nos 23,24%. A economia brasileira é agora considerada uma das que contém maiores riscos no mundo, segundo os juros pagos pela dívida pública do país.
Apesar dos receios o ministro das Finanças Pedro Malan mostrou-se hoje confiante num acordo breve com o FMI.
Apesar da situação o índice accionista Bovespa seguia a ganhar mais de 4%.