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Processo judicial defende que JP Morgan sabia de fraude de Madoff

Banco nega ter tido conhecimento da fraude e vai defender-se da acusação.

04 de Fevereiro de 2011 às 12:48
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O defensor das vítimas da fraude de Madoff afirma que o banco JP Morgan sabia, ou deveria saber, que o norte-americano estava a preparar uma burla, acrescentando que a instituição beneficiou com os fundos de investimento feitos pelo burlão, segundo o processo judicial hoje entregue em Nova Iorque, segundo o “The Guardian”.

Irving Picard, o gestor liquidatário responsável por recuperar quase mil milhões de dólares em lucros e 5,1 mil milhões em perdas dos envolvidos pela fraude, defende que a instituição bancária estava apenas preocupada em proteger os seus investimentos, mesmo já suspeitando que Bernard Madoff estava a proceder a um esquema fraudulento, indica a Bloomberg.

Picard garante que o escândalo foi denunciado pelo banco à agência de grandes crimes organizados do Reino Unido, dois meses antes da confissão de Madoff, “unicamente num esforço para proteger os seus próprios investimentos”. Na nota de denúncia feita em 2008 pelo JP Morgan, a entidade bancária mostrava preocupação pelo “desempenho dos investimentos alcançados pelos fundos [do negócio de Madoff], que [estavam] constante e significativamente acima dos seus pares”.

Mas, de acordo com a queixa, o “JP Morgan estava mesmo no centro da fraude e foi um cúmplice da mesma”, já que não tomou atenção aos muitos milhões de dólares que passavam pela conta que o norte-americano tinha naquele banco.

À Bloomberg, a porta-voz da instituição bancária, Jennifer Zuccarelli, referiu que o banco se vai defender da queixa e que o “JP Morgan não sabia e não teve qualquer envolvimento na fraude orquestrada por Bernard Madoff”.

Este processo contra o JP Morgan que pretende recuperar 6,4 mil milhões de dólares é apenas um dos 60 que Irving Picard lançou no ano passado, querendo alcançar 40 mil milhões dos investidores, dos fundos de cobertura e dos bancos que, alegadamente, fizeram dinheiro com o esquema. Nesses, estão incluídos o HSBC e o Citigoup, indica o “The Guardian”. O UBS, por exemplo, também está em tribunal por ser igualmente acusado de ter escondido a fraude.

Caso seja recuperado, todo este dinheiro será distribuído pelos clientes que tenham queixas válidas, devido ao esquema Ponzi que Madoff manteve e que levou à perda de 17,1 mil milhões de dólares. Em termos gerais, um esquema deste género consegue-se ao garantir altos rendimentos aos investidores. Inicia-se um investimento, garantindo-lhe um alto retorno. Este é pago pelos pagamentos efectuados por novos investidores e assim sucessivamente. O sistema acaba quando não há dinheiro novo a entrar e deixa de haver possibilidades de pagar aos investidores mais recentes.

Madoff, o fundador da Bernard L. Madoff Investment Securities, foi detido a 11 de Dezembro de 2008, após ter confessado aos seus filhos a fraude: tinha estado a utilizar dinheiro de novos investidores para pagar aos mais antigos. Foi condenado a 150 anos de prisão.

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