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Processo judicial defende que JP Morgan sabia de fraude de Madoff
Banco nega ter tido conhecimento da fraude e vai defender-se da acusação.

Irving Picard, o gestor liquidatário responsável por recuperar quase mil milhões de dólares em lucros e 5,1 mil milhões em perdas dos envolvidos pela fraude, defende que a instituição bancária estava apenas preocupada em proteger os seus investimentos, mesmo já suspeitando que Bernard Madoff estava a proceder a um esquema fraudulento, indica a Bloomberg.
Mas, de acordo com a queixa, o “JP Morgan estava mesmo no centro da fraude e foi um cúmplice da mesma”, já que não tomou atenção aos muitos milhões de dólares que passavam pela conta que o norte-americano tinha naquele banco.
À Bloomberg, a porta-voz da instituição bancária, Jennifer Zuccarelli, referiu que o banco se vai defender da queixa e que o “JP Morgan não sabia e não teve qualquer envolvimento na fraude orquestrada por Bernard Madoff”.
Este processo contra o JP Morgan que pretende recuperar 6,4 mil milhões de dólares é apenas um dos 60 que Irving Picard lançou no ano passado, querendo alcançar 40 mil milhões dos investidores, dos fundos de cobertura e dos bancos que, alegadamente, fizeram dinheiro com o esquema. Nesses, estão incluídos o HSBC e o Citigoup, indica o “The Guardian”. O UBS, por exemplo, também está em tribunal por ser igualmente acusado de ter escondido a fraude.
Caso seja recuperado, todo este dinheiro será distribuído pelos clientes que tenham queixas válidas, devido ao esquema Ponzi que Madoff manteve e que levou à perda de 17,1 mil milhões de dólares. Em termos gerais, um esquema deste género consegue-se ao garantir altos rendimentos aos investidores. Inicia-se um investimento, garantindo-lhe um alto retorno. Este é pago pelos pagamentos efectuados por novos investidores e assim sucessivamente. O sistema acaba quando não há dinheiro novo a entrar e deixa de haver possibilidades de pagar aos investidores mais recentes.
Madoff, o fundador da Bernard L. Madoff Investment Securities, foi detido a 11 de Dezembro de 2008, após ter confessado aos seus filhos a fraude: tinha estado a utilizar dinheiro de novos investidores para pagar aos mais antigos. Foi condenado a 150 anos de prisão.