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Representante das vítimas de Madoff processa UBS por participação na fraude

O banco suíço UBS está em tribunal, acusado de ter ocultado o esquema de Ponzi orquestrado por Bernard Madoff.

24 de Novembro de 2010 às 18:41
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Irving Picard, que representa um vasto grupo de vítimas de Madoff (na foto), intentou um processo em tribunal contra o UBS, acusando o banco suíço de ter escondido a fraude.

Recorde-se que Madoff, o fundador da Bernard L. Madoff Investment Securities, foi detido a 11 de Dezembro de 2008, depois de ter contado aos seus dois filhos que tinha estado a utilizar dinheiro de novos investidores para pagar aos mais antigos, naquele que foi o maior esquema de Ponzi da história – estando avaliado em 50 mil milhões de dólares.

Ao atrair os investidores para o seu fundo, este gestor norte-americano e ex-presidente da bolsa tecnológica Nasdaq cometeu a maior fraude piramidal de sempre, lesando milhares de investidores e tendo impacto também em Portugal.

Madoff foi sentenciado depois a uma pena de 150 anos de prisão, depois de ter ficado provado que, de facto, montou um esquema piramidal em que prometeu aos investidores iniciais sólidos retornos – que foi pagando com o dinheiro dos participantes mais tardios. A determinada altura, deixou de haver dinheiro e o esquema estoirou.

Entre os clientes de Madoff contavam-se bancos, fundos de cobertura de risco, instituições de caridade, universidades e investidores privados.

Agora, o UBS está na mira de um tribunal norte-americano, acusado de ter recebido comissões por ter promovido e gerido dinheiro do esquema de Madoff.

O fundo de Madoff valia apenas uma fracção daquilo que proclamava e Madoff apoiou-se em “fundos de alimentação” – como os que eram geridos pelo UBS – para atrair o capital dos novos investidores.

“O esquema de Madoff não poderia ter ido em frente se o UBS não tivesse concordado em ‘fazer vista grossa’ e em fingir que estava a garantir a existência de activos e operações, quando na verdade nunca o fez”, comentou à “BBC News” David Sheehan, advogado em nome de Irving Picard.

A acção judicial agora intentada contra o banco suíço defende que o UBS embolsou cerca de 80 milhões de dólares em comissões, durante vários anos, pelo seu trabalho para Madoff.

“O UBS escolheu permitir a fraude de Madoff, só para ganhar dinheiro”, acusa Picard, citado pela “BBC News”.

O banco suíço não é o único a ser acusado de cumplicidade nesta fraude. De acordo com a mesma fonte, Picard intentou mais 19 processos contra outros “fundos de alimentação” e pretende recuperar 17,5 mil milhões de dólares – valor onde se incluem os dois mil milhões de dólares exigidos ao UBS.

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