Notícia
Europa desvaloriza com receios de abrandamento económico
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados durante esta sexta-feira.
Juros aliviam na Zona Euro. "Spread" entre divida alemã e francesa atinge máximos de 2012
Os juros das dívidas soberanas na Zona Euro estão, maioritariamente, a aliviar esta sexta-feira. As "yields" da dívida francesa são as únicas que destoam desta realidade, numa altura em que o prémio de risco entre esta e a alemã encontra-se em máximos de 2012 e o spread é agora de 80 pontos base.
As "yields" da dívida pública portuguesa, com maturidade a dez anos, recuam 1 ponto base para 3,135% e as da dívida espanhola cedem 1,1 para 3,283%.
Já os juros das Bunds alemãs com o mesmo prazo, de referência para a região, aliviam 2,6 pontos para 2,404%, enquanto a rendibilidade da dívida soberana italiana decresce 0,8 pontos base para 3,938%.
Em contraciclo, a rendibilidade da dívida francesa soma 0,6 pontos base para 3,203%. Nesta sexta-feira, o "spread" entre os juros da dívida francesa e alemã aumentou três pontos base e está agora nos 80 pontos base - o maior diferencial de fecho desde 2012, quando a Zona Euro passava por uma crise da dívida.
Fora da Zona Euro, os juros das Gilts britânicas, com prazo a dez anos, sobem 2,6 pontos base para 4,081%.
Europa desvaloriza com receios de abrandamento económico
Os mercados acionistas europeus fecharam o último dia da semana com quedas, com a desaceleração da atividade do setor privado a suscitar preocupações em torno do crescimento económico na Zona Euro.
O índice de referência europeu Stoxx 600 desvalorizou 0,73% para 515,11 pontos. Entre os setores, a liderar as perdas estiveram a banca (-1,56%) e a tecnologia (-1,3%).
"As rendibilidades das obrigações do Tesouro estão a cair em toda a Europa, o que significa que, desta vez, não se trata de riscos associados à política, mas sim dos dados do PMI e da forma como os mercados estão a avaliar as perspetivas de crescimento mais baixas para a Zona Euro", explicou Benoit Peloille, diretor de investimento na Natixis Wealth Management, à Bloomberg.
O índice dos gestores de compras (PMI) compósito da Zona Euro cedeu de 52,2 pontos em maio para 50,8 em junho. A indústria transformadora da região registou o seu pior mês do ano.
Entre as principais praças europeias, Frankfurt desceu 0,5%, Paris recuou 0,56%, Amesterdão retrocedeu 0,92%, Madrid cedeu 1,15%, Londres registou um decréscimo de 0,42% e Milão perdeu 1,09%.
Houve, no entanto, espaço para surpresas positivas no universo das farmacêuticas: as ações da Zealand Pharma dispararam mais de 18% depois de ter revelado que obteve resultados positivos num ensaio em fase inicial de um fármaco para a perda de peso.
Ouro perde brilho com receio de Reserva Federal mais "hawkish"
Os preços do ouro passaram do verde para negociar com quedas acentuadas esta sexta-feira, com receios de que a Reserva Federal se torne mais "hawkish", dado que a atividade empresarial acelerou para um máximo desde abril do ano passado.
O metal amarelo perde 1,17% para os 2.332,51 dólares. No acumulado da semana, agrega um saldo negativo de 0,02%.
O índice de gestores de compras compósito dos Estados Unidos, que acompanha os setores da indústria transformadora e dos serviços, subiu para 54,6 em junho, o nível mais elevado desde abril de 2022. Quando o indicador fica acima de 50 significa que o setor privado está a crescer.
Os PMI mais fortes do que o esperado podem levar "a Fed a ter uma postura mais 'hawkish'", disse Bart Melek, responsável global pela estratégia de matérias-primas na TD Securities, à Bloomberg. Como o metal precioso não rende juros, tende a beneficiar de uma política monetária mais acomodatícia.
Dólar avança com cortes nos juros na Europa
O dólar está a avançar contra os seus principais rivais, numa altura em que vários bancos centrais estão a preparar-se ou já começaram a aliviar a política monetária restritiva dos seus países. A Reserva Federal (Fed) dos EUA destoa desta realidade e a posição mais "hawkish" dos seus membros está a dar força à divisa norte-americana.
O euro desvaloriza 0,18% para 1,0688 dólares, enquanto a libra recua 0,22% para 1,2633 dólares. Apesar de o banco central do Reino Unido ter decidido manter as taxas de juro no nível mais elevado em 16 anos na última reunião, os mercados financeiros esperam um alívio da política monetária já em agosto.
Já o iene acompanha as quedas do euro e da libra em relação à divisa norte-americana. O dólar valoriza 0,33% para 159.4525 ienes, numa altura em que a divisa nipónica continua a ser bastante pressionada pela decisão do banco central do Japão de adiar a redução de compra de dívida pelo menos até julho. "Os investidores continuam a punir o iene com um entusiasmo renovado", afirma Tony Sycamore, analista da IG, à Reuters.
Petróleo sobe com melhoria da procura
As cotações do "ouro negro" seguem a ganhar terreno nos principais mercados internacionais, a caminho da segunda semana consecutiva de saldo positivo.
A contribuir para a tendência estão os sinais de uma melhoria da procura, num contexto em que os stocks de crude nos EUA – maior consumidor mundial da matéria-prima – estão a diminuir.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, segue a somar 0,54% para 81,73 dólares por barril.
Por seu lado, o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, avança 0,54% para 86,17 dólares.
"Megacaps" pressionam Wall Street em dia de bruxaria tripla
Wall Street abriu a última sessão da semana no vermelho, com as "megacaps" - empresas com maior capitalização do mercado - e as ações das fabricantes de chips a pressionarem os principais índices norte-americanos.
O Standard & Poor's 500, "benchmark" para a região, recua 0,26% para 5.459,21 pontos, depois de ter chegado a tocar nos 5.500 pontos durante a sessão de ontem. Já o tecnológico Nasdaq Composite desce 0,16% para 17.692,96 pontos, enquanto o industrial Dow Jones desvaloriza 0,09% para 39.110,82 pontos.
Entre os principais movimentos e mercado, a Nvidia perde 2,85% para 127,33 dólares, depois de ter perdido o título de empresa mais valiosa na reta final da negociação de quinta-feira para a Microsoft. O sentimento alastrou-se para as outras fabricantes de chips, como a Qualcomm, a Micron Technology e a Arm Holdings a recuarem entre 2% e 4%.
A euforia em torno da inteligência artificial (IA) tem dado grandes ganhos a Wall Street desde o final de 2023. No entanto, vários analistas têm posto em causa a sustentabilidade destas valorizações e questionam-se se o mercado não terá já atingido o limite de expansão à boleia da IA - que não pode continuar "o seu crescimento meteórico para sempre", como afirma Jamie Cox, do Harris Financial Group.
As negociações nesta sexta-feira deverão ser mais voláteis do que o normal, devido ao fenómeno "triple witching" [bruxaria tripla em português], nome dado ao dia em que se dá o vencimento em simultâneo de três contratos - opções sobre ações e sobre índices de ações e futuros sobre ações. Este fenómeno ocorre quatro vezes ao ano: março, junho, setembro e dezembro.
Taxa Euribor a três meses cai para novo mínimo e sobe a seis e a 12 meses
A taxa Euribor desceu hoje a três meses para um novo mínimo desde 20 de julho de 2023 e subiu a seis e 12 meses face a quinta-feira.
Com as alterações de hoje, a Euribor a três meses, que baixou para 3,686%, ficou abaixo da taxa a seis meses (3,691%) e acima da taxa a 12 meses (3,622%).
A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 01 de dezembro, subiu hoje para 3,691%, mais 0,002 pontos, depois de ter atingido 4,143% em 18 de outubro, um máximo desde novembro de 2008.
Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a abril apontam a Euribor a seis meses como a mais utilizada, representando 37,5% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a 12 e a três meses representava 34,1% e 25%, respetivamente.
No prazo de 12 meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 29 de novembro, também avançou hoje, para 3,622%, mais 0,014 pontos do que na sessão anterior, contra o máximo desde novembro de 2008, de 4,228%, registado em 29 de setembro.
Em sentido contrário, a Euribor a três meses caiu, ao ser fixada em 3,686%, mais 0,014 pontos e um novo mínimo desde 20 de julho de 2023.
Em 19 de outubro, a Euribor a três meses atingiu 4,002%, um máximo desde novembro de 2008.
O BCE desceu em 06 de junho as taxas de juro diretoras em 25 pontos base, depois de as ter mantido no nível mais alto desde 2001 em cinco reuniões e de ter efetuado 10 aumentos desde 21 de julho de 2022.
A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 18 de julho.
Esta descida das taxas diretoras deverá provocar um recuo a um ritmo moderado das taxas Euribor e assim baixar a prestação do crédito à habitação.
A média da Euribor em maio desceu em todos os prazos, mas mais acentuadamente do que em abril e nos prazos mais curtos.
A média da Euribor em maio desceu 0,073 pontos para 3,813% a três meses (contra 3,886% em abril), 0,052 pontos para 3,787% a seis meses (contra 3,839%) e 0,021 pontos para 3,681% a 12 meses (contra 3,702%).
Os analistas antecipam que as taxas Euribor cheguem ao final do ano em torno de 3%.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
* Lusa
Europa imita Wall Street e abre no vermelho. Carlsberg afunda mais de 7%
Os principais índices europeus estão a recuar esta sexta-feira, com o "sell-off" da última sessão em Wall Street, impulsionado pelas tecnológicas, a afetar também as negociações no Velho Continente.
O índice de referência europeu, Stoxx 600 recua 0,35% para 517,37 pontos, com o setor da banca a registar a maior queda, de 0,92%, seguido pelo tecnológico, que perde 0,7%.
Ainda assim, o índice segue a caminho de uma valorização semanal, depois de ter registado na semana passada uma queda superior a 2%, devido ao anúncio por parte do presidente francês de convocação de eleições antecipadas.
Entre os principais movimentos de mercado, o grupo Carlsberg afunda 7,58% para 875 coroas dinamarquesas, depois de a empresa ter recusado uma proposta de aquisição de 3,9 mil milhões da Britvic, justificando que a proposta "subavalia significativamente" o grupo e as suas perspetivas.
Por outro lado, ainda na Dinamarca, a Zealand Pharma quase 19%, depois de a farmacêutica ter revelado que os primeiros testes de um novo medicamento para a perda de peso tinham tido resultados positivos.
"Estamos a recuperar de forma cautelosa, mas a volatilidade vai persistir no que respeita às eleições francesas até à primeira ronda das eleições", afirmou à Reuters Axel Rudolph, analista de mercado sénior do grupo IG.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax cede 0,16%, o francês CAC-40 recua 0,36%, o italiano FTSEMIB desvaloriza 0,86%, o britânico FTSE 100 perde 0,25% e o espanhol IBEX 35 cai 0,38%. Em Amesterdão, o AEX regista um decréscimo de 0,4%.
Juros aliviam na Zona Euro com "yield" portuguesa a manter-se abaixo da francesa
Os juros das dívidas soberanas na Zona Euro estão a aliviar esta sexta-feira, numa altura em que os investidores avaliam os dados de junho dos índices dos gestores de compras (PMI) do HCOB para a Zona Euro.
As "yields" da dívida pública portuguesa com maturidade a dez anos recuam 5,4 pontos base para 3,091% e as da dívida espanhola cedem 5,3 para 3,241%.
Já as "yields" das Bunds alemãs com o mesmo prazo, de referência para a região, aliviam 6,3 pontos para 2,367%.
A rendibilidade da dívida soberana italiana decresce 6,1 pontos base para 3,885% e a da dívida francesa recua 5 pontos base para 3,146%.
Fora da Zona Euro, os juros das Gilts britânicas, com prazo a dez anos, aliviam 4 pontos base para 4,015%.
Ouro segue estável rumo a semana de ganhos
O ouro está a recuar ligeiramente esta sexta-feira. Segue, no entanto, a caminho da segunda semana de ganhos consecutiva, à boleia de um aumento pela procura por um ativo-refúgio e uma crescente probabilidade de que a Resrerva Federal possa vir a cortar juros.
O ouro recua 0,06% para 2.358,68 dólares por onça.
"Numa perspetiva de curto prazo, o atual movimento de subida do ouro vai ser impulsionado principalmente pelo aumento das tensões geopolíticas, em especial depois das notícias sobre o ataque a Gaza", explicou à Reuters Kelvin Wong, analista da OANDA.
Dólar ganha força face à libra e euro. Iene recupera ligeiramente
O dólar está a negociar perto de máximos de oito semanas face ao iene, ligeiramente abaixo da fasquia dos 159 ienes, e perto de máximos de cinco semanas face à libra esterlina. A dar força à "nota verde" está a diferente abordagem à política monetária por parte da Reserva Federal, quando comparado com a o Banco do Japão ou o Banco de Inglaterra.
O dólar cede 0,09% para 158,79 ienes e soma 0,1% para 0,7909 libras. Já face ao euro a divisa norte-americana soma 0,15% para 0,9358 euros.
Por sua vez, o índice do dólar da Bloomberg - que mede a força da moeda norte-americana face a 10 divisas rivais - sobe 0,25% para 105,854 pontos.
O iene tem permanecido sob pressão desde a última reunião de política monetária do Banco do Japão, em que a autoridade monetária optou por não reduzir os estímulos através da compra de obrigações até à reunião de julho.
Como resultado, "os 'traders' puniram o iene com renovado entusiasmo", ultrapassando o nível de 159 ienes por dólar, afirmou à Reuters Tony Sycamore, analista da IG.
"O cronograma do Banco do Japão está fortemente fora de sincronia com os mercados, e esse desalinhamento provavelmente forçará o BoJ a agir para apoiar o iene (por meio de intervenção cambial) mais cedo do que seria necessário", acrescentou.
Petróleo ganha ligeiramente e caminha para segunda semana consecutiva de ganhos
Os preços do petróleo estão a valorizar muito ligeiramente esta sexta-feira e a caminho da segunda semana consecutiva de ganhos, numa altura marcada por sinais de maior procura e queda dos "stocks" de petróleo e refinados nos Estados Unidos.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, soma 0,04% para 81,32 dólares por barril. Por seu lado, o barril do Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, avança 0,01% para 85,72 dólares.
O petróleo valorizou cerca de 5% desde o início do mês para os valores mais elevados das últimas sete semanas.
"O aumento sazonal da procura, como demonstrado pelos últimos dados da EIA, o novo confronto entre Israel e o Hezbollah e a época dos furacões poderão dar força aos preços durante o verão", afirmaram os analistas do Citi numa nota vista pela Reuters.
Futuros da Europa inalterados. Ásia no vermelho
Os principais índices europeus estão a apontar para um início de sessão praticamente inalterados, com os futuros sobre o Euro Stoxx 50 a avançarem 0,1%.
Os investidores vão estar hoje atentos aos índices dos gestores de compras (PMI) do HCOB para a Zona Euro, à procura de sinais de recuperação económica e menor pressão derivada do aumento dos preços.
Na Ásia, o sessão fez-se no vermelho, com o "rally" mundial que tem sido liderado pelas tecnológicas a desvanecer-se e as preocupações com a economia chinesa a continuarem a preocupar os investidores.
A maior quedas pertenceu a Hong Kong, com o Hang Seng perda 1,34%, depois de ter chegado a recuar mais de 2%, numa altura em que Pequim se tem mostrado relutante em aumentar os estímulos à economia.
Já na China, o Shanghai Composite recua 0,27%. No Japão, o Nikkei cede 0,09% e o Topix soma 0,02%, enquanto na Coreia do Sul, o Kospi regista um decréscimo de 0,8%.