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Petróleo cai mais de 5%

O petróleo segue em forte queda, registando a descida mais acentuada em termos percentuais desde Dezembro de 2004, penalizado pela valorização do dólar e pela reabertura de um oleoduto do Mar Cáspio operado pela BP, que tinha sido encerrado na região turca devido a um incêndio.

22 de Agosto de 2008 às 21:36
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O petróleo segue em forte queda, registando a descida mais acentuada em termos percentuais desde Dezembro de 2004, penalizado pela valorização do dólar e pela reabertura de um oleoduto do Mar Cáspio operado pela BP, que tinha sido encerrado na região turca devido a um incêndio.

O contrato de Outubro do West Texas Intermediate, crude de referência dos EUA, cede 5,21%, ou 6,59 dólares, para 114,87 dólares por barril, no mercado nova-iorquino, anulando assim os ganhos na mesma proporção que ontem registou.

Em termos percentuais, é a queda mais pronunciada desde 27 de Dezembro de 2004. Em dólares, é a maior descida desde 17 de Janeiro de 1991, altura em que as forças lideradas pelos norte-americanos expulsaram o Iraque do Koweit (invadido em Agosto do ano anterior).

Em Londres, o contrato de Outubro do Brent do Mar do Norte, que é o “benchmark” para a Europa, perde 5,19%, para os 113,92 dólares por barril.

A valorização do dólar não atrai tantos investidores para as matérias-primas, que são mais procuradas quando a nota verde cai, como forma de refúgio contra a inflação.

Além disso, a BP anunciou que o “pipeline” acidentado – que tem início no Azerbeijão, passa pela Geórgia e termina na Turquia - voltou a ter um fluxo normal, o que contribuiu para a tendência de quebra das cotações do petróleo.

Os preços do crude poderão cair para 80 dólares por barril nos próximos 12 meses, devido ao aumento da oferta de energias alternativas, comentou à Bloomberg uma gestora de fundos, Renée Haugerud.

Nader Naeimi, estratega de investimento da AMP Capital Investors, disse ao Negócios que o petróleo pode facilmente quebrar a fasquia dos 100 dólares por barril nos próximos meses.

“Os preços das matérias-primas, em particular os da energia, apresentam uma tendência de reversão. Ou seja, subiram até atingirem um ponto de choque e, durante esse processo, acabaram por lançar as sementes para a própria inversão do movimento”, explicou o analista.

Segundo Naeimi, a forte escalada das cotações do crude nos últimos meses não só levou a uma séria destruição da procura em todo o mundo, como também contribuiu para induzir uma produção extra, tanto por parte dos membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) como dos não-membros.

Por isso, “com o crescimento global a revelar agora, tanto nos países desenvolvidos como emergentes, sinais cada vez mais evidentes de abrandamento, acredito que os preços das ‘commodities’ vão continuar sob pressão”.

“Isto significa que o petróleo pode facilmente quebrar a barreira dos 100 dólares por barril nos próximos meses. De facto, não ficaria surpreendido se o suporte dos 100 dólares fosse temporariamente quebrado”, comentou o estratega da AMP Capital Investors.

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