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OPA do BCP sobre o grupo Champalimaud condenada
A oferta pública de aquisição (OPA) do Banco Comercial Português (BCP) sobre a totalidade do grupo Champalimaud não terá sucesso. Esta é a opinião expressa de 57,3% dos votantes em resposta à...
Esta opinião expressa pelos leitores vai de encontro às afirmações de um analista contactado pelo Canal de Negócios que segundo o qual «a probabilidade de falha do sucesso da operação é elevada, pois com a mudança da pasta da Finanças tudo aponta para uma renegociação do caso» que até «não seria mal vista perante a opinião pública».
Fonte oficial do BCP quando confrontado com os números, referiu que «há uma grande falta de informação junto das pessoas, o que é normal, é devido às regras impostas pelo mercado que não permite a total divulgação de informação». No entanto, a mesma fonte salienta «em tempo oportuno divulgaremos às pessoas o que está em causa». Quanto ao registo definitivo da OPA o mesmo responsável afirmou ao Canal de Negócios que ainda não existe uma data concreta, mas tudo aponta para que seja no dia 29 de Outubro.
Recorde-se que o caso BSCH/Champalimaud remonta ao dia sete de Junho, dia em que foi anunciada a aliança estratégica entre o António Champalimaud e o BSCH. Com este negócio o grupo espanhol ficaria com 40% do grupo Champalimaud, enquanto que o industrial receberia de forma directa 1,6% do BSCH. Em objecção a esta aliança no dia 18 de Junho o Governo português declarou o veto do negócio, sendo que poucas horas depois a instituição presidida por Jardim Gonçalves lançava uma OPA sobre a Mundial Confiança. Desde então gerou-se um processo moroso no mercado financeiro português com posições opostas entre a Comissão Europeia (CE) e Executivo português. Mais recentemente, um grupo de accionistas minoritários da companhia de seguros requereu ao presidente da mesa do conselho geral da Mundial Confiança a realização de uma assembleia geral, onde os pontos da ordem de trabalhos assentavam na discussão da oferta do BCP assim como a destituição dos órgãos sociais da seguradora.
Hoje mesmo o presidente da mesa assembleia geral da seguradora anunciou que enviou uma carta ao conselho de administração requerendo que seja feita a vontade dos accionistas minoritários, devendo a assembleia geral realizar-se dentro de 45 dias.
Recorde-se que o Banco Comercial Português (BCP) ofereceu 4,464 milhões de euros (895 milhões de contos) para adquirir a totalidade do grupo de António Champalimaud. Segundo a oferta realizada pelo grupo presidido por Jardim Gonçalves, por cada acção da Mundial Confiança a instituição financeira cede 2,02 acções do banco, ou pagará em dinheiro 50,1768 euros (10.060 escudos). No caso do BPSM, o BCP oferece 0,9262 acções, ou uma contrapartida em dinheiro de 23,1560 euros (4.642 escudos). Pelos títulos do CPP, a oferta é de 14,35 euros (2.876 escudos). Por fim no caso do BTA, será colocada uma ordem permanente de compra a 26,136 euros (5.237 escudos).
Neste momento, a cotação das acções das empresas sobre as quais foi lançada a oferta ainda estão abaixo do preço estabelecido pelo grupo bancário nacional, o que revela alguma incerteza quando à realização do negócio.