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OPA do BCP sobre o grupo Champalimaud condenada

A oferta pública de aquisição (OPA) do Banco Comercial Português (BCP) sobre a totalidade do grupo Champalimaud não terá sucesso. Esta é a opinião expressa de 57,3% dos votantes em resposta à...

22 de Outubro de 1999 às 20:58
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A oferta pública de aquisição (OPA) do Banco Comercial Português (BCP) sobre a totalidade do grupo Champalimaud não terá sucesso. Esta é a opinião expressa de 57,3% dos votantes em resposta à consulta efectuada entre segunda-feira e o dia de hoje pelo Canal de Negócios. Por outro lado 42,7% ainda acredita no sucesso da operação do grupo liderado por Jardim Gonçalves, isto num universo de 8.011 votantes.

Esta opinião expressa pelos leitores vai de encontro às afirmações de um analista contactado pelo Canal de Negócios que segundo o qual «a probabilidade de falha do sucesso da operação é elevada, pois com a mudança da pasta da Finanças tudo aponta para uma renegociação do caso» que até «não seria mal vista perante a opinião pública».

Fonte oficial do BCP quando confrontado com os números, referiu que «há uma grande falta de informação junto das pessoas, o que é normal, é devido às regras impostas pelo mercado que não permite a total divulgação de informação». No entanto, a mesma fonte salienta «em tempo oportuno divulgaremos às pessoas o que está em causa». Quanto ao registo definitivo da OPA o mesmo responsável afirmou ao Canal de Negócios que ainda não existe uma data concreta, mas tudo aponta para que seja no dia 29 de Outubro.

Recorde-se que o caso BSCH/Champalimaud remonta ao dia sete de Junho, dia em que foi anunciada a aliança estratégica entre o António Champalimaud e o BSCH. Com este negócio o grupo espanhol ficaria com 40% do grupo Champalimaud, enquanto que o industrial receberia de forma directa 1,6% do BSCH. Em objecção a esta aliança no dia 18 de Junho o Governo português declarou o veto do negócio, sendo que poucas horas depois a instituição presidida por Jardim Gonçalves lançava uma OPA sobre a Mundial Confiança. Desde então gerou-se um processo moroso no mercado financeiro português com posições opostas entre a Comissão Europeia (CE) e Executivo português. Mais recentemente, um grupo de accionistas minoritários da companhia de seguros requereu ao presidente da mesa do conselho geral da Mundial Confiança a realização de uma assembleia geral, onde os pontos da ordem de trabalhos assentavam na discussão da oferta do BCP assim como a destituição dos órgãos sociais da seguradora.

Hoje mesmo o presidente da mesa assembleia geral da seguradora anunciou que enviou uma carta ao conselho de administração requerendo que seja feita a vontade dos accionistas minoritários, devendo a assembleia geral realizar-se dentro de 45 dias.

Recorde-se que o Banco Comercial Português (BCP) ofereceu 4,464 milhões de euros (895 milhões de contos) para adquirir a totalidade do grupo de António Champalimaud. Segundo a oferta realizada pelo grupo presidido por Jardim Gonçalves, por cada acção da Mundial Confiança a instituição financeira cede 2,02 acções do banco, ou pagará em dinheiro 50,1768 euros (10.060 escudos). No caso do BPSM, o BCP oferece 0,9262 acções, ou uma contrapartida em dinheiro de 23,1560 euros (4.642 escudos). Pelos títulos do CPP, a oferta é de 14,35 euros (2.876 escudos). Por fim no caso do BTA, será colocada uma ordem permanente de compra a 26,136 euros (5.237 escudos).

Neste momento, a cotação das acções das empresas sobre as quais foi lançada a oferta ainda estão abaixo do preço estabelecido pelo grupo bancário nacional, o que revela alguma incerteza quando à realização do negócio.

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