Notícia
Lagarde admite aumento temporário da inflação no 4.º trimestre mas confia em descida
"Percorremos um longo caminho na luta contra a inflação", assinalou ainda assim Christine Lagarde, recordando perante os eurodeputados o pico de 10,6% registado em outubro de 2022.
30 de Setembro de 2024 às 15:50
A presidente do Banco Central Europeu (BCE) admitiu esta segunda-feira um aumento temporário da inflação no quarto trimestre deste ano, por as quedas dos preços energéticos já não se refletirem nas taxas anuais, mas disse confiar numa descida "atempada".
"Em termos prospetivos, a inflação poderá aumentar temporariamente no quarto trimestre deste ano, à medida que as anteriores quedas acentuadas dos preços dos produtos energéticos deixarem de ser registadas nas taxas anuais, mas os últimos desenvolvimentos reforçam a nossa confiança de que a inflação regressará atempadamente ao objetivo", declarou Christine Lagarde.
Numa audição na comissão dos Assuntos Económicos e Monetários do Parlamento Europeu, em Bruxelas, a responsável apontou que este cenário será tido em conta na reunião de política monetária de outubro, numa altura em que as mais recentes projeções dos especialistas do BCE preveem uma inflação média de 2,5% em 2024, de 2,2% em 2025 e de 1,9% em 2026.
Hoje mesmo foi conhecido que, em Portugal, a taxa de inflação homóloga acelerou para 2,1% em setembro, mais 0,2 pontos percentuais do que em agosto, segundo a estimativa rápida do Instituto Nacional de Estatística.
Na terça-feira será conhecida a estimativa do gabinete estatístico comunitário para a zona euro em setembro, depois de, em agosto, o Eurostat ter divulgado que a taxa de inflação homóloga na área da moeda única abrandou 0,4 pontos percentuais para 2,2%.
"Percorremos um longo caminho na luta contra a inflação", assinalou ainda assim Christine Lagarde, recordando perante os eurodeputados o pico de 10,6% registado em outubro de 2022.
"Em setembro de 2023, a última vez que aumentámos as taxas de juro, [a inflação] tinha caído mais de metade, para 5,2%. A descida da inflação e o ancorar das expectativas de inflação a mais longo prazo mostraram que a nossa forte resposta estava a dar frutos e, após nove meses a manter as taxas, assistimos a uma nova redução da inflação para metade, para 2,6%, em junho, quando começámos a baixar as taxas de juro", elencou a responsável.
A ideia é, de acordo com Christine Lagarde, "assegurar que a inflação regresse atempadamente ao objetivo de médio prazo de 2%", o que significa que as taxas de juro "serão mantidas suficientemente restritivas durante o tempo necessário" para o alcançar.
"Não nos comprometemos previamente com uma determinada trajetória para as taxas", salientou ainda.
A taxa de inflação baixou nos últimos meses após registar valores históricos devido à reabertura da economia pós-pandemia de covid-19, à crise energética e às consequências económicas da guerra na Ucrânia, mas ainda se encontra acima do objetivo de 2% fixado pelo BCE para a estabilidade dos preços.
Há cerca de duas semanas, o BCE baixou a sua taxa de juro de referência em 25 pontos base para 3,5%, sendo que este foi o segundo corte do ano, num contexto de moderação da inflação e de abrandamento da atividade económica a curto prazo.
Ainda falando nesta audição, Christine Lagarde apontou que as fusões transfronteiriças de bancos, "se produzirem instituições maiores, mais ágeis, com maior dimensão e profundidade, têm muitos benefícios", nomeadamente para competir com instituições financeiras dos Estados Unidos ou da China, mas vincou que estas operações não estão isentas de "responsabilidades" e de "riscos potenciais".
"Em termos prospetivos, a inflação poderá aumentar temporariamente no quarto trimestre deste ano, à medida que as anteriores quedas acentuadas dos preços dos produtos energéticos deixarem de ser registadas nas taxas anuais, mas os últimos desenvolvimentos reforçam a nossa confiança de que a inflação regressará atempadamente ao objetivo", declarou Christine Lagarde.
Hoje mesmo foi conhecido que, em Portugal, a taxa de inflação homóloga acelerou para 2,1% em setembro, mais 0,2 pontos percentuais do que em agosto, segundo a estimativa rápida do Instituto Nacional de Estatística.
Na terça-feira será conhecida a estimativa do gabinete estatístico comunitário para a zona euro em setembro, depois de, em agosto, o Eurostat ter divulgado que a taxa de inflação homóloga na área da moeda única abrandou 0,4 pontos percentuais para 2,2%.
"Percorremos um longo caminho na luta contra a inflação", assinalou ainda assim Christine Lagarde, recordando perante os eurodeputados o pico de 10,6% registado em outubro de 2022.
"Em setembro de 2023, a última vez que aumentámos as taxas de juro, [a inflação] tinha caído mais de metade, para 5,2%. A descida da inflação e o ancorar das expectativas de inflação a mais longo prazo mostraram que a nossa forte resposta estava a dar frutos e, após nove meses a manter as taxas, assistimos a uma nova redução da inflação para metade, para 2,6%, em junho, quando começámos a baixar as taxas de juro", elencou a responsável.
A ideia é, de acordo com Christine Lagarde, "assegurar que a inflação regresse atempadamente ao objetivo de médio prazo de 2%", o que significa que as taxas de juro "serão mantidas suficientemente restritivas durante o tempo necessário" para o alcançar.
"Não nos comprometemos previamente com uma determinada trajetória para as taxas", salientou ainda.
A taxa de inflação baixou nos últimos meses após registar valores históricos devido à reabertura da economia pós-pandemia de covid-19, à crise energética e às consequências económicas da guerra na Ucrânia, mas ainda se encontra acima do objetivo de 2% fixado pelo BCE para a estabilidade dos preços.
Há cerca de duas semanas, o BCE baixou a sua taxa de juro de referência em 25 pontos base para 3,5%, sendo que este foi o segundo corte do ano, num contexto de moderação da inflação e de abrandamento da atividade económica a curto prazo.
Ainda falando nesta audição, Christine Lagarde apontou que as fusões transfronteiriças de bancos, "se produzirem instituições maiores, mais ágeis, com maior dimensão e profundidade, têm muitos benefícios", nomeadamente para competir com instituições financeiras dos Estados Unidos ou da China, mas vincou que estas operações não estão isentas de "responsabilidades" e de "riscos potenciais".