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Garantia pública para jovens é uma "boa iniciativa mas não resolve o problema de base"
O CEO da Century 21 em Portugal, Ricardo Sousa, considera que a garantia pública no crédito para jovens, que entrou em vigor esta segunda-feira, é uma medida positiva mas está longe de resolver os vários obstáculos que existem na compra de uma habitação.
Os jovens que queiram comprar a primeira habitação própria e permanente já podem usufruir de uma garantia pública até 15% do valor do valor do imóvel, caso este não ultrapasse os 450 mil euros. Entrou em vigor a medida do Governo, e irá durar até ao final de 2026, com o Ministério das Finanças a admitir prolongar a medida após avaliar o impacto.
O CEO da Century 21 em Portugal, em entrevista ao programa do Negócios no canal NOW, elogia a medida mas diz que não é suficiente.
"O desafio que temos hoje em Portugal é um desafio de acesso e os jovens são claramente os mais prejudicados. Esta medida é muito positiva, vem de facto ajudar, vem criar uma poupança, vem permitir que os jovens possam comprar a sua primeira casa não disponibilizando tanto capital inicial, contudo o desafio mantém-se: os baixos rendimentos dos jovens portugueses, a precariedade do trabalho e a falta de oferta de casas acessíveis", enumera.
Ricardo Sousa dá um exemplo prático: "para comprar um imóvel de 250 mil euros, um jovem tem de ter um rendimento líquido mínimo de 2.800 euros ou mais, caso optem por uma taxa variável e este é o desafio. Quantos jovens têm estes rendimentos em Portugal para poderem aceder a uma habitação? E se olharmos para Lisboa, imóveis de dois quartos ou mais até 250 mil euros, há pouco mais de 100 casas".
Em suma, resume o CEO da Century 21, trata-se de uma boa iniciativa "mas não resolve o problema de base que temos que é um problema de oferta de habitação a preços ajustados àquele que é o poder de compra, nomeadamente destes jovens".