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Novos certificados são a principal aposta para captar poupanças

Estado pretende financiar-se em 2,5 mil milhões com produtos de aforro.

16 de Outubro de 2013 às 03:21
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O "Certificado do Tesouro Poupança Mais", que começará a ser comercializado no final deste mês, é a principal aposta do Governo para obter financiamento junto das famílias portuguesas no próximo ano. Juntamente com os certificados de aforro, o Estado pretende angariar 2,5 mil milhões de euros. Estes títulos deverão cobrir mais de 20% das necessidades de financiamento líquidas de 2014, ano em que deverão ser emitidos 10,5 mil milhões de euros em obrigações do Tesouro.

"Prevê-se que os instrumentos de retalho conquistem um maior peso no financiamento total, mantendo-se a tendência de aumento das subscrições e diminuição dos resgates iniciada no final de 2012", refere o Executivo. "Assim, estes produtos deverão contribuir positivamente para a cobertura das necessidades brutas de financiamento, antevendo-se um valor de emissões líquidas em torno de 2,5 mil milhões de euros", lê-se na proposta de Orçamento do Estado.

A maior "fatia" deste montante financiado junto das famílias deverá, acredita o Governo, ser obtida através do mais recente produto de aforro do Estado. Os novos certificados do Tesouro, que foram anunciados na semana passada, deverão conseguir captar, em termos líquidos, 1,44 mil milhões de euros. Para atingir esta meta, o Executivo conta com um argumento forte: juros elevados. Este novo produto paga taxas crescentes que chegam a 5%, podendo ser ainda mais elevadas consoante a evolução do PIB.

Estes novos títulos, que só estarão disponíveis para subscrição a partir de 31 de Outubro, vão mesmo captar mais dinheiro dos portugueses que os certificados de aforro. A aposta dos particulares nestes títulos deverá começar a acelerar nos próximos meses, beneficiando da atractividade da remuneração acima de 3% que está a ser oferecida. A expectativa é de que o saldo líquido seja positivo em 1,06 mil milhões em 2014 o que, a confirmar-se, ditará a maior entrada de dinheiro neste produto em mais de uma década.

Os produtos de poupança destinados aos investidores de retalho serão responsáveis por 21,24% das necessidades líquidas de financiamento de 11,77 mil milhões. "A principal fonte de financiamento líquido continuará a estar concentrada nos empréstimos obtidos do Fundo Monetário Internacional e da União Europeia, cujo montante deverá ascender a 7,9 mil milhões", refere o Executivo.

10,5 mil milhões em obrigações

A proposta de Orçamento do Estado para 2014 prevê a emissão de 10,5 mil milhões de euros em obrigações do Tesouro, para ajudar a reembolsar os mais de 13,5 mil milhões de euros que atingem a maturidade. O Governo está a contar com a reabertura dos mercados de dívida de longo prazo para satisfazer 20% das necessidades brutas de financiamento de 2014.

O próximo ano trará um "aumento significativo" das emissões de obrigações do Tesouro, isto é, títulos de dívida vendido em mercado com maturidade superior a dois anos. É sobretudo com esse encaixe que se cobrirão as amortizações a ocorrer em Junho e Outubro (no total 13,55 mil milhões), estima o Governo. E espera-se que o Fundo de Estabilização da Segurança Social compre dois mil milhões de euros em obrigações do Tesouro este ano e mais dois mil milhões em 2014.

O Tesouro português conseguiu fazer duas emissões, em Janeiro e Maio de 2013, mas os juros no mercado voltaram a subir nos últimos meses. O Governo está confiante de que a tendência de queda das taxas se irá manter, permitindo-lhe regressar aos mercados. O acesso regular ao mercado é condição essencial para que o País conclua com sucesso o programa de ajustamento. E para que se possa candidatar a um programa cautelar junto dos parceiros europeus. A alternativa é um segundo resgate.

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