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"Na Europa o capital de risco não tem profundidade", alerta Ricardo Mourinho Félix

O ex-vice-presidente do BEI diz que quando chega a hora de lançar rondas de investimento de grandes montantes, as empresas acabam por ir para os EUA e Ásia. O atual consultor do BdP deixou ainda claro que é preciso dar passos no sentido de estabelecer uma união do mercado de capitais na Europa.

Sérgio Lemos
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"Na Europa o capital de risco não tem profundidade". O lamento é de Ricardo Mourinho Félix, ex-vice-presidente do Banco Europeu de Investimento (BEI) e foi expressado durante a conferência anual da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

"O capital de risco é fundamental", começou por explicar Mourinho Felix, que atualmente é consultor do Banco de Portugal (BdP). Ora, apesar de este tipo de investimento ser crucial, a realidade é que "na Europa o capital de risco não tem profundidade".

Ou seja, "numa ronda de investimento de escala industrial, as empresas não encontram [capital] e vão para os EUA e para a Ásia. Depois ouvimos falar das Amazon", salientou.

O ex-vice-presidente do BEI partilhou um painel subordinado ao tema da transição energética com Pedro Norton, CEO da Finerge, que admitiu que a reforma do mercado elétrico pode "alterar o perfil de risco, de forma a atrair investidores com maior perfil de risco".

O que também pode promover o financiamento do setor energético é a união do mercado de capitais, um protejo que poderá "ajudar na diversificação do risco", salientou Ricardo Mourinho Félix, que, no entanto, advertiu que é preciso que esta união acelere.

"A união do mercado de capitais é um desafio enorme, com harmonização de tributação de ‘stock options’ [por exemplo]", referiu o consultor do BdP, que recorda que "quando cheguei ao Governo em 2015 foi esta a narrativa que ouvi e desde aí não sei como evoluiu a união do mercado de capitais".

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