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“Mini-crash” na China provoca perdas acentuadas nas praças europeias
As praças europeias estão a negociar em queda acentuada esta manhã, penalizadas pela forte desvalorização sofrida pela bolsa chinesa. O alerta de Alan Greenspan foi ouvido pelas autoridades chinesas, que decidiram triplicar os impostos sobre as transacçõe
As praças europeias estão a negociar em queda acentuada esta manhã, penalizadas pela forte desvalorização sofrida pela bolsa chinesa. O alerta de Alan Greenspan foi ouvido pelas autoridades chinesas, que decidiram triplicar os impostos sobre as transacções de acções.
Os principais índices accionistas europeus estão a marcar perdas próximas de 1%, depois da bolsa chinesa ter afundado quase 7%, na maior queda dos últimos três meses.
O DJ Stoxx 50, que reúne as 50 maiores cotadas europeias, desvaloriza 0,8% e o DAX já está a descer mais de 1%. As empresas mais dependentes da economia chinesa, como as mineiras BHP Billiton e a Rio Tinto, estão a liderar as quedas nos índices europeus.
Os investidores temem que o "mini crash" sofrido hoje pela praça chinesa se alastre a outras bolsas, tal como aconteceu no passado, ainda que os economistas acreditem que esta é uma situação muito especifica do mercado chinês, que tem registado fortes valorizações ao longo do último ano.
Em Fevereiro a bolsa chinesa registou uma queda ainda mais acentuada, o que na altura provocou uma correcção acentuada em todos os mercados accionistas mundiais, que perderam o equivalente a 3,3 biliões de capitalização bolsista.
A reacção de hoje está a ser menos negativa do que na altura.
Governo tenta travar escalada das acções chinesas
Hoje o índice da bolsa chinesa, o CSI 300, caiu 6,9% para os 3.879,75 pontos, com 50 das 300 cotadas do índice a afundarem mais de 10%.
Esta queda surgiu depois do Governo chinês ter decido triplicar os impostos sobre as transacções de acções, numa tentativa de travar as fortes valorizações do mercado.
O imposto sobre as transacções em bolsa aumentou para 0,3% "para promover um desenvolvimento saudável do mercado accionista", disse o ministro das Finanças chinês, para justificar esta medida.
Este ano, a capitalização da bolsa chinesa duplicou para os 2,47 biliões de dólares e o número de contas abertas juntos dos intermediários financeiros superou os 100 milhões pelas primeira vez, segundo dados avançados pela agência Bloomberg.
"O Governo chinês está preocupado que há muita gente no mercado e que estes estão a fazer apostas" ao negociar as acções chinesas, disse Mark Mobious, gestor da Templeton Asset Management em Hong Kong.
"Uma correcção de 30% seria "saudável" para o mercado chinês, afirmou Mobious à Bloomberg.
A intervenção do Governo chinês seguiu-se ao alerta feito há poucos dias pelo antigo presidente da Reserva Federal norte-americana que vaticinou uma "contracção dramática" nas bolsas daquele país.